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5.11.07

Caiu na rede é flipper

Pequenos especuladores são barrados no lançamentos de ações da Bovespa. É possível escapar dessa armadilha?

A estréia da Bovespa Holding no mercado acionário foi um sucesso. O papel teve 52,16% de valorização em seu primeiro pregão, no dia 26 de outubro. Mas alguns investidores ficaram bem mais felizes que outros. Os institucionais, que aplicaram mais de R$ 300 mil, sorriram bem mais que os pequenos aplicadores, que só puderam comprar R$ 12 mil, no máximo. Muitos dos investidores nanicos foram surpreendidos com a estréia de uma controversa novidade. Foi exatamente no IPO da Bovespa que começou a caça aos flippers, investidores de curtíssimo prazo, que se desfazem das ações no primeiro dia de negociação. Se você é um deles, certamente foi barrado na quinta maior abertura mundial de capital em 2007. Como há muitas novas operações a caminho, como a da BM&F, é o caso de se perguntar: vale a pena ser flipper?

Antes de responder, é preciso entender como um investidor é classificado como tal. O nome flipper lembra o simpático golfinho da série americana de televisão. Mesmo assim, algumas empresas preferem mantê-lo à distância de seus papéis para diminuir a volatilidade das negociações. Em seu próprio IPO, a Bovespa montou uma armadilha para os flippers. Levou em conta o comportamento dos pequenos investidores na estréia das ações da Cosan, da General Shopping, da Satipel e da SulAmérica, realizadas entre agosto e outubro deste ano. Os especuladores de varejo que venderam no primeiro pregão mais de 20% de suas ações em pelo menos três desses quatro IPOs foram considerados investidores sem prioridade. Ou seja, foram para o fim da fila das reservas das ações da Bovespa Holding, onde só poderiam comprar caso a oferta superasse a demanda. Não foi o que aconteceu. A procura ultrapassou em mais de quatro vezes a quantidade de ações reservadas aos investidores de varejo – 20% da emissão –, houve rateio da emissão e os flippers ficaram a ver navios.

A decisão da Bovespa foi controvertida. Grandes investidores, quando compram e vendem no mesmo dia, são considerados day traders. Mesmo se todos os investidores de varejo tivessem vendido suas ações da Bovespa Holding na estréia, o que não aconteceu, eles só responderiam por um quinto do movimento com os papéis naquele dia, quando mais de R$ 5,76 bilhões trocaram de mãos. Por que, então, punir somente os pequenos? “Classificar os investidores de varejo como flippers é incorreto, pois eles também têm o direito de ser especuladores”, afirma todos os investidores de varejo tivessem vendido suas ações da Bovespa Holding na estréia, o que não aconteceu, eles só responderiam por um quinto do movimento com os papéis naquele dia, quando mais de R$ 5,76 bilhões trocaram de mãos. Por que, então, punir somente os pequenos? “Classificar os investidores de varejo como flippers é incorreto, pois eles também têm o direito de ser especuladores”, afirma




“É justo privilegiar os investidores que escolhem um papel para mantê-lo em longo prazo”, diz Marcos Crivelaro, professor de Finanças da Fiap, de São Paulo. Pelo sim, pelo não, cada investidor de varejo deve considerar se vale correr o risco de ser classificado como flipper e ficar de fora de outras aberturas de capital.

No caso da Bovespa, o risco foi recompensado com a forte valorização. Não é possível saber quando a rede antiflipper será acionada novamente. A classificação de um especulador de varejo depende da companhia que está abrindo seu capital. É ela quem decide os critérios que serão utilizados. E eles podem variar. Há quem defenda, inclusive, uma padronização, que aumentaria a transparência do mercado. “É preciso criar regras claras para saber o que vai acontecer no futuro com quem vende imediatamente as ações”, defende Keyler Carvalho Rocha, economista da FEA-USP.

Fonte: Isto é

Um comentário:

BuracoInvest disse...

Eu tinha mencionado isso nos comentários de algum post anterior. Realmente eu não sabia se era verdade ou não. Pelo visto é.

Valeu Mineiro.