Avaliando os fatos depois de ocorridos, fica muito fácil fazer uma leitura. Mas tudo era relativamente previsível: Bernanke com semblante preocupado e sem entrar em pormenores sobre a política de juros, e o Bush com seu jeito habitual de quem acha que sabe tudo (mas não transmite firmeza) vindo dar uma de bombeiro no meio deste incêndio que eles mesmos ajudaram a criar.
Deram esperanças ao mercado (falsas?). Mas a ajuda teria um cunho social, na tentativa de minimizar as perdas dos consumidores. E estes podem também ter assumido a posição de investidores. Sim, porque muitos compradores de casas não se restringiram a apenas 1 imóvel. Na verdade, especularam no mercado imobiliário, seduzidos pela facilidade e com as taxas de financiamento que acreditavam poder arcar. Burros n'água!
O mercado de capitais americano perdeu boa parte de seu valor, o equivalente a U$ 5 trilhões!!! A maior dúvida, mesmo com a maciça injeção de recursos do Fed para não contaminar a economia, é se o crescimento simplesmente desacelera em um ritmo administrável, ou teremos efetivamente uma recessão!
E o Brasil?
Apesar de ainda não ter sentido fortemente os efeitos da crise, começamos a questionar se a nossa situação é assim tão confortável. Com U$ 160 bi em reservas, um PIB por volta de U$1 tri, saldo positivo na balança comercial e ainda apresentando um superavit primário, a impressão de que estamos imunes é ilusória.
As contas ainda estão positivas devido à acharcante carga tributária. Com um maior controle fiscal, aumentamos a arrecadação, o que faz mascarar a ineficiência e o alto custo da máquina governamental, além do exagero nos gastos públicos para os mais diversos fins. Depois da divulgação do orçamento para 2008, afirmaram que a educação seria a "menina dos olhos". Mas foram destinados apenas R$ 12 bi para dinamizar o ensino. A previdência ficou com mais de U$ 130 bilhões para pagar as pensões e aposentadorias (a maior parte para ex-funcionários públicos e políticos encostados). E é bom perdermos a crença de que vão acabar com a CPMF... sem ela, as contas não fecham!
Enfim, a retomada da tendência de alta nas bolsas pode até vir a acontecer, mas o clima de alívio momentâneo não é suficiente para voltarmos ao estado de euforia que já está tomando a cabeça de alguns investidores. A Bovespa conseguiu recuperar-se das perdas em agosto, e segunda-feira começa outro mês. Muito cuidado! É melhor não fazermos de conta que está tudo certo. ;-)
Ao menos teremos um bom final de semana. ^v^
Deram esperanças ao mercado (falsas?). Mas a ajuda teria um cunho social, na tentativa de minimizar as perdas dos consumidores. E estes podem também ter assumido a posição de investidores. Sim, porque muitos compradores de casas não se restringiram a apenas 1 imóvel. Na verdade, especularam no mercado imobiliário, seduzidos pela facilidade e com as taxas de financiamento que acreditavam poder arcar. Burros n'água!
O mercado de capitais americano perdeu boa parte de seu valor, o equivalente a U$ 5 trilhões!!! A maior dúvida, mesmo com a maciça injeção de recursos do Fed para não contaminar a economia, é se o crescimento simplesmente desacelera em um ritmo administrável, ou teremos efetivamente uma recessão!
E o Brasil?
Apesar de ainda não ter sentido fortemente os efeitos da crise, começamos a questionar se a nossa situação é assim tão confortável. Com U$ 160 bi em reservas, um PIB por volta de U$1 tri, saldo positivo na balança comercial e ainda apresentando um superavit primário, a impressão de que estamos imunes é ilusória.
As contas ainda estão positivas devido à acharcante carga tributária. Com um maior controle fiscal, aumentamos a arrecadação, o que faz mascarar a ineficiência e o alto custo da máquina governamental, além do exagero nos gastos públicos para os mais diversos fins. Depois da divulgação do orçamento para 2008, afirmaram que a educação seria a "menina dos olhos". Mas foram destinados apenas R$ 12 bi para dinamizar o ensino. A previdência ficou com mais de U$ 130 bilhões para pagar as pensões e aposentadorias (a maior parte para ex-funcionários públicos e políticos encostados). E é bom perdermos a crença de que vão acabar com a CPMF... sem ela, as contas não fecham!
Enfim, a retomada da tendência de alta nas bolsas pode até vir a acontecer, mas o clima de alívio momentâneo não é suficiente para voltarmos ao estado de euforia que já está tomando a cabeça de alguns investidores. A Bovespa conseguiu recuperar-se das perdas em agosto, e segunda-feira começa outro mês. Muito cuidado! É melhor não fazermos de conta que está tudo certo. ;-)
Ao menos teremos um bom final de semana. ^v^
2 comentários:
BOa reflexão Sea...
O que vejo aqui no Brasil é um processo parecido. A classe media investindo em imoveis na planta p/ ter um ganho em sua valorização (só que com juros bem maiores dos gringos)). Sera que nosso caminho vai ser igual ao deles? Inchar bem essa bolha p depois vir o "susto"?
Com relação aos mercados, enquanto continuar essa liquidez sem fim, os mercados vão continuar nesse clima de festa. Mas ja é uma festa que todos sabem como vai acabar...vai ter uma gde ressaca qdo enxugarem a liquidez....até la é remar com a maré!
Parabens pelo alto nível do blog e bom final de semana!
Calvo,
muito obrigado pelas suas considerações e elogios.
Talvez a nossa situação no ramo imobiliário não seja igual por causa dos juros inibidores para alavancagem. Mas já houve, tempos atrás, um problema com a carteira do extinto BHN. Acho que dificilmente teríamos uma bolha por aqui nas mesmas proporções.
Mas sempre ficamos sujeitos aos abalos externos que afetam o mercado. Enquanto a "fábrica de dinheiro" estiver colocando mais verbas, os problemas serão postergados - mesmo que, a qualquer hora, isto venha a tomar maiores proporções.
A liquidez pode ser preservada mas o crédito... (?)
Venha participar sempre que puder, o prazer em recebê-lo é enorme! ;-)
Abs ^v^
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