Desta vez o assunto não se restringe à política monetária. Já que estamos em época de horário eleitoral gratuito, não custa observar. Volta e meia, somos governados por vices. Triste lembrar do que aconteceu com Tancredo, que nos deu o Sarney como presidente. Depois foi o Collor, com o impeachment, que fez Itamar assumir o cargo. O seu ministro da fazenda foi feliz na adoção de um plano para dar estabilidade à nossa moeda. E vários programas sociais foram criados.
Depois do sucesso do plano Real, a cultura inflacionária do brasileiro mudou bastante. Para isso, muitas coisas precisavam ser feitas, como buscar estabelecer um equilibrio orçamentário e que as despesas públicas fossem melhor gerenciadas. Obviamente isso demora um tempo para se consolidar, mas a semente foi lançada.
Algumas privatizações ocorreram, o que estimulou o livre mercado, diminuiu a influência do Estado nas decisões destas empresas, reduziu a folha de pagamento, deu abertura para que grupos estrangeiros viessem ao Brasil - com o país ainda muito carente de investimentos em infraestrutura - e, o mais importante, acabou com o uso político dos recursos e lucros das empresas que se tornaram privadas. A Vale, por exemplo, cresceu, comprou concorrentes e aumentou sua participação mundial no setor de mineração, diversificando sua exploração de metais.
Apesar de tudo, o povo pedia por mais mudanças na área social, pleiteando uma melhor distribuição da renda. Tudo muito justo. Mas a vontade de mudar fez com que as classes de menor renda, experimentassem eleger o desconhecido, para, depois, seduzidas pelo uso político de auxílios oportunistas (apenas dando continuidade, porém com um objetivo mais eleitoreiro) garantissem um segundo mandato ao atual presidente. E o que ocorreu neste período? Mais corrupção, desvio de verbas, e uso da máquina em benefício próprio. Isto sempre existiu, dirão os mais céticos... mas talvez "nunca na história desse país" em uma escala dessa grandeza.
Pois bem... abordei esse tema por um único motivo: o retrocesso na dita economia de mercado. O Brasil cresceu nesta fase mais crítica da crise, apesar de tudo isso. A tentativa de reativar a Telebras, a má gestão na Eletrobras e suas subsidiárias na geração de energia (lembra dos blackouts?), e o aparelhamento das estatais por membros do Partido, em detrimento de competências técnicas... foi esta ineficiência que fez a maior vítima de todas: a Petrobras.
Contabilizando toda melhora do cenário interno, e a recuperação do preço das ações em bolsa de valores, justamente a Petro - com toda essa "onda" do óleo no pré-sal (e o polêmico modelo de partilha), encontra-se estagnada em suas cotações há um bom tempo. Faz que vai reagir, e logo um escândalo (ou incertezas, como este "nebuloso" processo de capitalização) a leva de volta ao piso do trading range em que trafega faz anos.
Enfim, ninguém sabe ao certo a quanto vai sair o preço do barril na cessão onerosa, mas todos desconfiam o quanto está saindo de dinheiro para financiar a campanha de sucessão do candidato oficial. Pobre dos minorítários, e coitados dos que ainda acreditam em transparência...
Não sou a favor disto ou contra aquilo... minha preferência continuará sendo sempre pelo livre mercado, e por informações acessíveis e fiéis aos acionistas das empresas de capital aberto.
Boa sorte ao Brasil!!!!
Sugiro também que leiam esses comentários da postagem anterior
Um comentário:
Caro Seagull, tenho lido teu blog já há um bom tempo e admiro teu pragmatismo. Tanto em relação ao trading quanto à visão das coisas. Fico feliz que tenhas gostado do comentário e que ele tenha motivado esse teu post - bem maior do que o usual :-)
Enfim, seja long, short, com ações, opções, daytrade, swing ou position, gráfico, números, fundamentos... oq importa é fazer dinheiro :]
"Love money, not risk"
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