Quanta gente caindo na "real"...
O que dá motivos para pensar, caso se estabeleça um consenso de que o mercado está puxado, os preços superavaliados, as bolsas vão cair, etc, é tudo que as bancas querem para continuarem esticando a corda até sua exaustão. É preciso sair em cima de alguém, e, pelo volume que eles operam, não há como reverter em pouco tempo tamanha posição.
Fatos: apesar da revisão favorável, hoje, ao PIB americano no 2º trimestre, o sentimento do consumidor demonstra queda de confiança, o preço das casas sofreu nova queda, e, além das taxas pífias de crescimento (sempre revisadas por critérios não muito claros), o nível de emprego, maior propulsor do consumo - que move a economia, continua crítico.
E o Brasil? Muito confete tem sido jogado em cima do nosso país, como lider na retomada da AL, mas teremos um ano eleitoral pela frente. Apesar de todo incentivo empenhado, que inclui a redução provisória do IPI (para a industria automobilística) e materiais de construção, teme-se pela tal bolha imobiliária. As ações de construtoras andam patinando ultimamente, o o setor é o responsável por grande parte da criação dos postos de trabalho.
Acho que falar das ingerências políticas é ser repetitivo... pensamentos retrógrados, que visam aumentar a participação do Estado (mal focada) na reconstrução da economia - fato comum entre os países mais afetados pela crise.
Mas olha as diferenças: enquanto houve a necessidade de injetar dinheiro em bancos e seguradoras nos EUA e Europa, nosso sistema financeiro permaneceu sólido, onde apenas o BB teve que correr atrás do espaço perdido. A mossa carga tributária é mal aplicada. Os americanos relutam em aceitar um plano de Health Care proposto por Obama, mas o ensino é publico e acessível a todos. Aqui o orçamento só é utilizado para pagar emendas, aposentadoria integral dos servidores, políticos e magistrados. O rombo previdenciário é um absurdo, e não se fala mais em reformas neste sentido.
Conclusão: crescemos (menos do que os demais emergentes) neste período de fartura... por causa do atual governo, ou apesar dele?
Abs ^v^
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2 comentários:
O Legado
Muito se tem escrito de que o governo Lula surfou na onda dos países desenvolvidos, na sorte, ou que simplesmente continuou as medidas econômicas "neoliberais" criadas por FHC, dita até por membros do PT.
Veja um bom resumo destas críticas no blog do Marcio Pessoa "O governo Lula é um horror, dos piores que o Brasil já teve. Surfou na estabilidade monetária que FHC implantou, nas políticas sociais que dona Ruth havia iniciado e numa situação internacional favorável para, com sorte, ter ventos favoráveis".
Esta visão coloca um sério perigo de instabilidade econômica em 2010, na medida que se avalia se o sucessor de Lula irá ou não continuar a “política econômica do Governo FHC", incluindo nesta dúvida a própria Dilma.
A análise que iremos fazer do governo Lula, visa mostrar algumas medidas inovadoras tomadas nestes oito anos de governo que, por terem sido bem sucedidas, continuarão no próximo governo, qualquer que seja o novo Presidente.
Razão de tranquilidade portanto.
Mostra também que algumas políticas econômicas do governo FHC foram até abandonadas, para melhor. Esta análise fria e apartidária visa serenar os ânimos de algumas discussões eleitorais futuras, para não interromper nosso crescimento em 2009 e 2010 com dúvidas de continuidade.
Legado, é o que permanecerá, daí o termo, são as medidas que futuros Presidentes terão muita dificuldade em mudar, dado o clamor da opinião pública. Por exemplo, como começar a “torrar” nossas reservas internacionais criadas no governo Lula.
A opinião pública na época não pressionou o governo FHC para criar reservas internacionais a prova de crises, e de fato elas não foram criadas. Mas agora que elas existem, a opinião pública certamente pressionará se estas reservas forem delapidadas.
Obviamente, todo governo surfa as conquistas do anterior, é isto que queremos, e sem dúvida Lula se beneficiou de várias conquistas de governos anteriores, como o Plano Real do Governo Itamar.
O importante, diante da turbulência política que teremos em 2010, é lembrar investidores temerosos, que estas são medidas que nenhum futuro governo irá ousar mudar, algo que muitos intelectuais do próprio PT parecem não perceber.
Estas 8 medidas não são as únicas certamente, mas 7 delas eu inclusive defendi no passado, acompanhei e até participei à distância, daí a minha alegria e obrigação em reconhecer o que foi feito, dar mérito a quem de direito, e divulgá-las para que elas sejam entendidas e mantidas. Comentarei cada uma delas em artigos nos próximos 3 meses, se me deixarem.
Apesar do meu histórico de análises sérias e apartidárias, quero deixar claro que não se trata de uma análise pró PT, ou anti PSDB, como alguns certamente acharão. O governo Lula cometeu erros, mas precisamos lembrar os acertos para que possam se tornar parte da boa administração de uma nação.
São medidas inclusive que muitos brasileiros há muito defendem, sensatas e até óbvias, e Lula teve o mérito de ouvir e adotar.
O importante é convencer todos os brasileiros, inclusive a atual oposição, incluindo a oposição dentro do PT, que são idéias que precisam ficar, um legado para os próximos governos.
Aos que se surpreenderem com a análise, lembrem-se que sindicalistas são muito mais próximos a administradores, engenheiros, contadores advogados empresariais e as práticas administrativas das empresas do que qualquer outro partido político brasileiro, e da maioria dos intelectuais deste país.
Portanto, a adoção destas idéias "inovadoras" não deveria ser tão surpreendente assim. A rigor deveriam ter sido implantadas 40 anos atrás e não foram.
Favor distribuírem este link, porque os próximos 10 anos dependem de uma transição presidencial e econômica tranquila, e uma eleição para Presidente baseada em fatos e não emoções. Não podemos mais uma vez jogar um bilhete premiado por incompetência.
Precisamos também ficar atentos para que nenhum futuro presidente mude estes pontos, qualquer que seja o sucessor de Lula na Presidência.
Stephen Kanitz
Fui até o site do Kanitz para ver isso de perto.
Minha opinião? Deixei registrada lá, junto com outros tantos comentários (e termino com a mesma pergunta que fiz neste post):
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É Mestre,
Quando li este post, republicado por alguém (anônimo) no meu blog imaginei: desta vez o professor colocou cascas de bananas no seu próprio caminho. Ao meu primeiro acesso aqui tinham apenas 2 comentários. Pelo jeito o assunto foi muito explorado.
É inegável que houve avanços nestes dois mandatos. Muito pelo fato da cama estar pronta pela gestão anterior. Bastava não fazer besteira. E mesmo com alguns acertos (importantes, de fato) coisas lamentáveis ocorreram.
Não vejo no texto uma conotação partidária, muito pelo contrário, busca a ótica da imparcialidade. Mas quando se mistura economia com política, fica difícil seguir a linha de raciocínio com total isenção.
O país que já foi de economistas virou uma nação de (maus) políticos. Até hoje o presidente deve achar que o Obama falou sério (my man! the most popular politician on Earth?). Isto teve um tom de chacota... mas para quem mal fala português, entender outro idioma, ainda mais com a tradução tendenciosa de seu séquito, pode parecer elogioso.
O mais popular, não significa ser o mais competente. Longe disso. Presidente Teflon, como o chama a imprensa internacional... sua popularidade é pelas gafes que comete. Era chegada a hora de termos um mandatário que fosse um verdadeiro administrador! Mas temos um representante que se vangloria de chegar ao poder sem estudar!!! Que incentivo para as próximas gerações é esse? Bolsa-esmola para calar a boca e garantir votos não vai nos levar adiante. Onde fica a educação, a pesquisa e o desenvolvimento. Esperam que a França nos conceda isso em troca de alguns aviões? E o pré-sal? A ambição é tomar o lugar da Venezuela? Que posição nacionalista é essa, dos PT-riotas? Já não basta um Hugo Chavez (com seus bajuladores) na AL? Gostaria de saber sua opinião quanto a isso... trocar o certo (concessão) pelo risco da partilha. Vamos ficar sós (dependentes da Petrobras "aparelhada" pelo governo) na exploração, e órfãos em novas tecnologias.
Lamento a falta de follow ups aos comentários. Acho mesmo que seus replies dariam outra dinâmica e mais estímulo à participação, com a interatividade.
Enfim, deixo uma pergunta: o Brasil cresceu (menos que seus pares emergentes) por causa do Lula, ou apesar dele?
Abs ^v^
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