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8.5.09

Roubini e Meirelles

Estamos falando de pessoas diferentes, com distintas atribuições, mas inegáveis qualificações.

Nouriel Roubini é internacionalmente reconhecido no campo da macroeconomia. Professor de economia na Stern Business School da Universidade de Nova Iorque, Roubini foi o primeiro economista a alertar, em 2006, para o caos que se tornaria a economia norte-americana nos anos seguintes, mediante a explosão da bolha do setor imobiliário. Poucos acreditaram em suas precisões.

Ele estará no Brasil para o MEETING INTERNACIONAL DE ECONOMIA, no dia 22 de Maio - em São Paulo.

Conforme relembrou o Abaco, no Fórum do Monitor, não se espera muito otimismo de Nouriel Roubini, conhecido como o Dr. Apocalipse. Em entrevista recente à agência Bloomberg, afirmou esperar por nova queda dos mercados acionários e pela estatização de bancos até o final do ano. O economista considera excessivo o otimismo dos mercados neste momento - "o mercado um pouco à frente das notícias reais macroeconômicas e financeiras", afirmou, ressaltando se tratar de nada mais que um rali de bear market o atual movimento dos mercados internacionais. Roubini não vê com muito ânimo os recentes dados positivos do setor imobiliário, esperando contração adicional de 20% nos preços de casas nos Estados Unidos até o final de 2009. Ele afirmou que forças deflacionárias afetarão a economia do país nos próximos três anos.

Acreditem ou não, ele expos sua visão do venário atual sem reservas.

Sobre o Meirelles, eu vi ontem uma entrevista do nosso presidente do BC, e ele não foi muito divergente disso aí não. Claro que não falou pontualmente de bolsa, mas disse alguma coisa sobre a ata do Copom (que segundo ele é auto-explicativa), indicando que a inflação deve ceder junto com a dinimuição da atividade econômica no Brasil. Com isso, os juros futuros terão mesmo que baixar mais. A mudança na remuneração da poupança é certa, e dentro do leque de possibilidades para mexerem no cálculo, ele foi evasivo e não deu nenhuma pista do que vai acontecer de fato.

Sobre a economia, ele confirmou a expectativa de uma queda na ordem de 6% no PIB da Alemanha, e que outros países da Europa - assim como os EUA - vão sofrer forte recessão, com piora do cenário antes de voltarem a crescer (lentamente).

Demonstrou muita cautela em relação a este movimento do mercando antecipando melhoras na economia. Citou, inclusive, o ano de 1929, quando logo em seguida ao crash houve uma súbita recuperação nas bolsas (visita da saúde?) antes da recessão mostrar a sua verdadeira face.

Minha impressão foi ter insinuado que estes movimentos especulativos estão sendo exagerados, e que a empolgação deve ser substituída por comedimento. Apesar de afirmar que o Brasil está bem preparado para uma crise mais prolongada, ele disse que, no atual mundo globalizado, é difícil alguém ficar imune às consequências da queda nas transações comerciais.

Por fim, apesar de não negar seus anseios por retomar a carreira política, foi reticente quanto ao seu futuro, priorizando seus esforços exclusivamente na condução da economia do país neste momento, segundo ele, ainda bastante delicado.

Em quem eu acredito?

Hoje, apenas em mim mesmo, no resultado das minhas estratégias e gestão do meu patrimônio. Isto é matemática... o resto são suposições. Mas não podemos descredenciar a leitura e o estudo de pessoas que, certamente, estão mais bem informadas do que nós! ;-)

Abs ^v^

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