A partir de 2010, as companhias abertas e instituições financeiras terão uma espécie de batismo de fogo. A “unção” levará as empresas e bancos rumo ao padrão internacional para demonstrações financeiras, ou International Financial Reporting Standards - IFRS (clique aqui para ter acesso a um guia de informações em inglês que traz detalhes técnicos sobre as novas regras).
As empresas serão obrigadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a publicar suas demonstrações financeiras consolidadas seguindo um padrão que reforça a busca de maior transparência e melhor entendimento dos balanços por investidores de todo o mundo. Para alcançar o objetivo, a organização terá não apenas de mudar detalhes técnicos ou simplesmente dar informações mais mastigadas. A travessia para o novo patamar de governança corporativa dependerá de uma mudança cultural. A empresa terá de determinar com detalhes como praticou uma ação de hedge (proteção de ativos), por exemplo.
Os grandes grupos, que possuem diversos negócios, terão que oferecer dados estratégicos como quanto cada segmento teve de lucro e vendas. “Se a empresa levar a IFRS com seriedade conseguirá grandes benefícios”, assegura Edimar Facco, sócio de Auditoria da Deloitte.
Realmente, há muitos pontos positivos que premiarão os esforços das empresas no duro caminho da adaptação. Um deles é que será bem mais fácil conseguir recursos, inclusive junto ao BNDES, para investimentos futuros. De acordo com Facco, as instituições financeiras farão questão de cobrar a nova regra das empresas – principalmente daquelas que ainda não seguem as normas. Naturalmente, a mudança vai acelerar um ciclo virtuoso em que o mercado pressionará as empresas que adotam o padrão contábil brasileiro a optar pelo IFRS. “Por isso haverá cobrança para que se aprove a Lei 3741, com a qual será possível atingir a convergência dos padrões contábeis brasileiros com as normas internacionais”, aponta Facco.
Para detalhar o assunto, a Deloitte apresentará o novo padrão internacional de demonstrações financeiras para companhias abertas nesta quarta-feira (12) em um evento em São Paulo.
Atualmente no Brasil, a última empresa a se render às regras da IFRS foi o Grupo Gerdau. A companhia inaugurou a nova fase em novembro, quando publicou seu balanço trimestral (clique aqui para acessar o documento).
Créditos: Marcos Graciani
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