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5.6.07

Commodity: Etanol-BR

EUA dependem do alcool brasileiro

Os Estados Unidos continuarão consumindo o etanol brasileiro mesmo que consigam baratear e ampliar a produção local. De acordo com especialistas presentes no Ethanol Summit, encontro realizado em São Paulo nesta segunda-feira (4/6) para discutir os rumos globais do combustível, o investimento em tecnologia realizado pela indústria e pelo governo dos Estados Unidos não será capaz de reverter a liderança do biocombustível gerado a partir da cana-de-açúcar brasileira.

Os esforços americanos para desenvolver etanol a partir de palha de milho, palha de trigo, madeira e switch grass (variedade de grama) não conseguirão gerar álcool mais barato do que o que vem da cana brasileira. De acordo com as estimativas, o etanol de celulose que resultará desse trabalho chegará a um custo mínimo de 1,07 dólar por galão por volta de 2012 e estabilizará nesse patamar, enquanto o álcool da cana é feito hoje por um preço que fica entre 0,6 dólar e 0,8 dólar o galão. "A cana possui mais sacarose e sua produção tem mais volume por hectare". A comparação dos números mostra que o investimento em alternativas para a produção de etanol trará vantagens para os americanos – já que o etanol produzido no país hoje, a partir do grão do milho, custa cerca de 1,2 dólar por galão -, mas não tirará espaço do produto brasileiro, mais competitivo.

A grande extensão territorial dos Estados Unidos e a distância entre estados produtores e consumidores no país também gerarão custos logísticos aos americanos, o que constituirá um ponto positivo a favor do etanol brasileiro. E além disso, um mercado do tamanho dos Estados Unidos não será saciado pela produção interna, ainda que ela cresça nos próximos anos.

O crescimento da demanda por etanol se acelerará nos próximos anos, o que acabará derrubando as barreiras ao produto brasileiro hoje existentes no mercado americano. Em 2009, ao fim do governo Bush, a lei de subsídios agrícolas dos Estados Unidos vai ter de ser revista, e com certeza, eles reduzirão as tarifas protecionistas contra o etanol do Brasil. Em outros países, como o Japão, o mesmo deve acontecer principalmente por causa do custo competitivo da cana brasileira.

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