Por Ann Davis
Esta semana, os olhos do mundo do petróleo estão voltados para uma feira árabe no deserto.
Às 2h de hoje, hora de Dubai, uma iniciativa neste opulento centro financeiro há muito aguardada dará ao mundo um novo referencial de preços para o petróleo. A Bolsa Mercantil de Dubai, criada recentemente, está lançando seu contrato futuro do petróleo "azedo" do Oriente Médio como uma alternativa para os tradicionais contratos de Nova York e Londres para o petróleo do Texas e do Mar do Norte.
O lançamento ocorre quando poderosos agentes do mercado estão cada vez mais questionando a relevância do principal referencial do petróleo, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex na sigla em inglês), porque dinâmicas de refino e negociação peculiares ao mercado americano fizeram a referência da Nymex ficar vários dólares abaixo dos outros principais tipos de petróleo.
E como o principal tipo de petróleo da Nymex, o West Texas Intermediate, representa uma fatia cada vez menor da produção global, os defensores do novo referencial dizem que é hora de criar um mercado mais robusto em torno da fonte de petróleo mais abundante do mundo. O Oriente Médio responde por cerca de um terço da produção mundial, e 62% de suas reservas comprovadas. O petróleo de lá é predominantemente grosso e "azedo", uma referência ao seu alto teor de enxofre, enquanto o WTI e misturas similares são um petróleo leve e "doce" que é mais fácil refinar em gasolina.
Ninguém acha que o mercado de petróleo da Nymex vai deixar de ter relevância. O diretor-presidente da Nymex, James Newsome, acha que o contrato do Oriente Médio vai expandir os volumes de negócios, em vez de roubar fatia de mercado da Nymex. De fato, a BMD é uma joint venture da Tatweer, uma unidade da Dubai Holding — veículo de investimentos do governo de Dubai—, e da New York Mercantile Exchange Inc., uma unidade da Nymex Holdings Inc.
Até agora, os preços do petróleo do Oriente Médio eram fixados por países árabes ou por meio de serviços de divulgação de preços, como a Platts, uma unidade da McGraw-Hill Cos., que se baseiam numa amostra limitada de transações. O novo contrato da BMD vai oferecer um mecanismo de preços mais transparente.
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Pode não ser nada, e a notícia aparentemente não ter uma relação direta com a Petro. Acontece que a tecnologia para exploração de petróleo abaixo da camada de sal está sendo bem desenvolvida pela estatal. Depois da descoberta de óleo leve na Bacia de Santos, novas perfurações estão sendo feitas também em Campos. Já conseguiram chegar a 3km de profundidade e as perspectivas de haver uma grande reserva (com ótima qualidade) são consideráveis.
De concreto, eu parei de vender opções da Petrobras. Vou ficar atento ao mercado internacional, e de olho na possibilidade de encarteirar novamente o ativo, estudando operações combinadas com "delta-positivo" para as opções nesta, e na próxima série (G) de julho... não é dica nem recomendação, apenas estou compartilhando uma leitura baseada em eventos possíveis e iminentes.
^v^
Às 2h de hoje, hora de Dubai, uma iniciativa neste opulento centro financeiro há muito aguardada dará ao mundo um novo referencial de preços para o petróleo. A Bolsa Mercantil de Dubai, criada recentemente, está lançando seu contrato futuro do petróleo "azedo" do Oriente Médio como uma alternativa para os tradicionais contratos de Nova York e Londres para o petróleo do Texas e do Mar do Norte.
O lançamento ocorre quando poderosos agentes do mercado estão cada vez mais questionando a relevância do principal referencial do petróleo, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex na sigla em inglês), porque dinâmicas de refino e negociação peculiares ao mercado americano fizeram a referência da Nymex ficar vários dólares abaixo dos outros principais tipos de petróleo.
E como o principal tipo de petróleo da Nymex, o West Texas Intermediate, representa uma fatia cada vez menor da produção global, os defensores do novo referencial dizem que é hora de criar um mercado mais robusto em torno da fonte de petróleo mais abundante do mundo. O Oriente Médio responde por cerca de um terço da produção mundial, e 62% de suas reservas comprovadas. O petróleo de lá é predominantemente grosso e "azedo", uma referência ao seu alto teor de enxofre, enquanto o WTI e misturas similares são um petróleo leve e "doce" que é mais fácil refinar em gasolina.
Ninguém acha que o mercado de petróleo da Nymex vai deixar de ter relevância. O diretor-presidente da Nymex, James Newsome, acha que o contrato do Oriente Médio vai expandir os volumes de negócios, em vez de roubar fatia de mercado da Nymex. De fato, a BMD é uma joint venture da Tatweer, uma unidade da Dubai Holding — veículo de investimentos do governo de Dubai—, e da New York Mercantile Exchange Inc., uma unidade da Nymex Holdings Inc.
Até agora, os preços do petróleo do Oriente Médio eram fixados por países árabes ou por meio de serviços de divulgação de preços, como a Platts, uma unidade da McGraw-Hill Cos., que se baseiam numa amostra limitada de transações. O novo contrato da BMD vai oferecer um mecanismo de preços mais transparente.
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Pode não ser nada, e a notícia aparentemente não ter uma relação direta com a Petro. Acontece que a tecnologia para exploração de petróleo abaixo da camada de sal está sendo bem desenvolvida pela estatal. Depois da descoberta de óleo leve na Bacia de Santos, novas perfurações estão sendo feitas também em Campos. Já conseguiram chegar a 3km de profundidade e as perspectivas de haver uma grande reserva (com ótima qualidade) são consideráveis.
De concreto, eu parei de vender opções da Petrobras. Vou ficar atento ao mercado internacional, e de olho na possibilidade de encarteirar novamente o ativo, estudando operações combinadas com "delta-positivo" para as opções nesta, e na próxima série (G) de julho... não é dica nem recomendação, apenas estou compartilhando uma leitura baseada em eventos possíveis e iminentes.
^v^
5 comentários:
E mais... com a China freiando seu crescimento, e sendo um grande consumidor de metais para sua industria, pode ser que a arbitragem entre Vale e Petro finalmente venha a vingar!
Faz tempo que elas descolaram, e já deveriam ter voltado a praticar cotações mais aproximadas. O spread relativo continua alto, beirando 1,60! ;-)
Sea, parabéns pelo dominio próprio.
Se já faz algum tempo, eu não sabia. Descobri hoje ! ehehe
Te mandei um email sobre algumas dúvidas.
Abs
CHRistian
O lance do petróleo na camada de sal é impressionante.
Vejam em : http://www.dep.fem.unicamp.br/boletim/BE75/artigo.htm
Pode mudar a face do Brasil, literalmente.
Pimon
É!
Estará chegando a hora do Brasil mostrar a sua verdadeira cara...
Potencia de petroleo - enquanto ele durar (ou o planeta?) como fonte de energia - poluente e rica!
Gostei do texto que publicou no Acq.
Permissão para colocar aqui?
Óleo leve a 6.000 m
Descoberta no pré-sal de Santos abre nova perspectiva exploratória na região e faz Petrobras planejar mais poços
A recente descoberta no pré-sal da Bacia de Santos, feita a partir de trabalhos exploratórios no BM-S-11, deve assegurar o anúncio de um novo campo gigante de óleo leve na área. Embora oficialmente a Petrobras evite dar detalhes da descoberta, feita pela semi-submersível Paul Wolf (SS-53), fontes da área de E&P asseguram tratar-se de um grande reservatório, com 90 m de espessura e área de 450 km², localizado a 5 mil m de profundidade.
Como os testes de produção no poço descobridor 1-RJS-628A, localizado na parte sudeste do bloco, só serão concluídos este mês, o mercado terá de aguardar por detalhes mais precisos, como a capacidade de produção da área. De certo e confirmado, sabe-se apenas que o API do óleo é de 30º, com razão gás-óleo (RGO) de 200, e que o poço atingirá a profundidade final de 6 mil m, sendo 2 mil m na área do pré-sal.
Localizado a cerca de 250 km da costa da cidade do Rio de Janeiro, o poço foi perfurado em lâmina d´água de 2.140 m. Foi a primeira vez que uma empresa ultrapassou uma camada de sal de mais de 2 mil m de espessura.
Mais poços
Estimulada pelos resultados alcançados em horizontes mais profundos, tanto no BM-S-11 quanto no vizinho BM-S-10, onde a perfuração ainda em curso do poço 1-RJS-617D também indicou a presença de óleo, a Petrobras pretende perfurar novos poços no pré-sal de Santos a partir de 2007. A expectativa é de que sejam perfurados pelo menos mais dois, um em cada bloco, a profundidades variando de 6 mil a 7,5 mil m. Ambos terão por objetivo testar as descobertas feitas.
Os novos poços serão perfurados no primeiro ano da terceira e última fase dos programas exploratórios mínimos (PEM) do dois blocos, que entrarão em vigor a partir de setembro. Até lá, os trabalhos nas áreas ficarão focados à análise dos dados coletados nas perfurações e nos testes de produção.
As descobertas feitas no pré-sal abrem, na opinião do diretor de E&P da Petrobras, Guilherme Estrella, uma nova fronteira exploratória, que, no futuro, pode configurar a existência de uma nova província petrolífera. "O resultado é encorajador e excita os geólogos. Mas é a primeira resposta de um processo de longo prazo. Agora, vamos nos fechar em nossas interpretações para ajustar todos os dados ao modelo concebido inicialmente", salienta Estrella.
Espera pela licença
A busca por petróleo leve na área do pré-sal não ficará restrita ao BM-S-10 e BM-S-11. De acordo com o gerente executivo de Exploração da petroleira, Paulo Mendonça, a companhia aguarda apenas a licença ambiental do Ibama para perfurar, ainda este ano, dois novos poços em outras áreas de Santos.
A nova campanha será realizada nos blocos vizinhos BM-S-9 e BM-S-8, cuja segunda fase do PEM expira em setembro. "Estamos com tudo pronto para perfurar estes dois novos poços. A campanha será feita, aparentemente, com a SS-53. Aguardamos apenas o aval do órgão ambiental", salienta Mendonça.
Além desses quatro blocos, a Petrobras planeja perfurar outros poços no pré-sal em novas áreas. Até 2010, a petroleira estima que sejam perfurados cerca de dez deles em horizontes profundos de Santos.
Estudos iniciais
As primeiras pesquisas no pré-sal de Santos começaram a ser desenvolvidas pela Petrobras antes da quebra do monopólio, por volta de 1995. Como ainda havia muita dúvida em relação ao tema, a petroleira acabou deixando os estudos de lado, voltando a horizontes mais rasos da formação Itajaí Açu, sem sequer realizar perfurações dirigidas a objetivos mais profundos.
A perfuração voltada à pesquisa de petróleo no pré-sal de Santos só veio a ocorrer em 2005, com o poço RJS-625, localizado na parte rasa do BS-500, bloco da rodada zero. O trabalho confirmou a presença de óleo, mas detectou a existência de seções até então totalmente desconhecidas.
A segunda experiência foi feita com o poço 1-RJS-617D, cuja perfuração, feita pelo navio-sonda Deepwater Expedition (NS-20), se arrasta por mais de um ano - tempo recorde na atividade de exploração da Petrobras. Em teste no momento, o poço foi perfurado em lâmina d´água de 2.038 m e atingiu o objetivo final de 7.678 m.
Apesar de as pesquisas em Santos serem recentes, o pré-sal não é novidade para a Petrobras. Nas décadas de 70 e 80, a petroleira perfurou mais de 150 poços neste intervalo das bacias de Campos e do Espírito Santo, descobrindo campos de pequeno e médio portes, como Badejo.
Novas unidades
Apostando no sucesso da atividade exploratória neste segmento, principalmente na região de Santos, a Petrobras irá contratar novas sondas para perfuração de poços ultraprofundos. A previsão é agregar mais duas ou três sondas à carteira de unidades e perfurar.
Atualmente, estão sob contrato três unidades desse tipo, sendo dois navios-sonda - Deepwater Expedition (NS-20), da Transocean, e Diamond (NS-21), da Diamond - e uma semi-submersível - a Paul Wolf, da Noble.
Como em toda atividade pioneira, o custo de perfuração no pré-sal é alto, podendo alcançar seis vezes o valor de um poço convencional, que varia entre US$ 15 milhões e US$ 25 milhões. A Petrobras não revela o investimento feito nestes poços, limitando-se a garantir que os custos tendem a cair no futuro para cerca de US$ 40 milhões.
Especula-se no mercado que o poço perfurado no BM-S-10 tenha ficado próximo de US$ 80 milhões - cifra semelhante à gasta pela BP, na perfuração de poços na Foz do Amazonas.
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