Um estudo realizado pela consultoria norte-americana Nielsen/Norman Group revela uma característica interessante sobre o comportamento das pessoas que utilizam a internet. Trata-se do “padrão F”, expressão criada para descrever o caminho que o olho humano costuma percorrer durante a leitura de notícias e textos na web. Primeiro, diz o estudo, o olhar do usuário percorre horizontalmente a parte superior da página. Depois, repete a ação um pouco mais embaixo. Finalmente, o olho faz um percurso vertical de cima para baixo – que, muitas vezes, é vagaroso. Outra conclusão curiosa: normalmente, a pessoa movimenta os olhos com mais velocidade ao ler os textos na web do que ao lê-los em papel. Esse aspecto reforça o nome escolhido para o padrão de leitura na internet: “F” é inicial de fast (“rápido” em inglês). Não por acaso, conclui a pesquisa, os internautas raramente concluem a leitura de um texto.
Para fazer o mapeamento, a Nielsen/Norman observou 232 internautas. Os resultados da pesquisa podem ter implicações na forma como são organizadas as páginas na internet. Segundo a consultoria, como as pessoas lêem de forma diferenciada na web, o responsável pelo conteúdo precisa escrever de forma diferente também. Uma das dicas da consultoria para atrair a atenção é usar palavras fortes no começo de cada um dos primeiros parágrafos – como forma de manter o internauta interessado por mais tempo. Outra medida é concentrar as informações mais relevantes nos primeiros dois parágrafos do texto.
Um lugar para o banner – A pesquisa de rastreamento ocular também pode guiar a maneira como a publicidade aparece em um site. Segundo o autor do livro “E-Life: Idéias vencedoras para marketing e promoção na web”, Alessandro Barbosa Lima, os anunciantes de hoje já prestam bastante atenção à parte superior da página, onde normalmente estão dispostos os banners. “É um estudo interessante, mas já se sabia que a parte superior dos websites são as mais importantes”, comenta Lima. Para Renato Fridschtein, consultor de marketing especializado em internet, os anunciantes podem seguir as informações do estudo da seguinte forma: “Quando as primeiras linhas não despertarem interessem, os olhos correm para baixo: pois aí está um bom lugar (embaixo) para imprimir seu banner”, sugere. “O movimento de descida do olhos reflete uma busca por frases em destaque, que chamem a sua atenção. Se encontrar algo, ele pára. Senão, continua varrendo a página rapidamente”, explica o consultor.
Segundo Lima, o principal desafio dos publicitários é vencer a “atenção seletiva” do internauta, que ignora o que não é de seu interesse. “Não adianta apenas saber para onde o internauta olha, mas fazer com que ele exerça alguma interação com o assunto. Nesse sentido, os links patrocinados são mais eficientes do que os banners”, diz o especialista. (Luiza Piffero)
Um comentário:
Parece mais um nome moderninho que estão dando ao que, na época dos grandes livros e enciclopédias, chamávamos de "leitura dinâmica"!
Quanto a isto, por mais premente e necessária que seja a inclusão digital, assim como o ensino básico e o aprendizado da ortografia correta para uso da linguagem culta vêm sendo desprezados pelos novos (em termos etários) usuários da internet, o excesso de horas dedicadas à navegação pela rede - para bate-papos em detrimento de pesquisas - pode gerar um desinteresse pela prática do estudo convencional, tão indispensável para o desenvolvimento das próximas gerações de profissionais.
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