Volatilidade deve passar longe das commodities agrícolas
A volatilidade pela qual passam os mercados financeiros se refletiu até mesmo nos preços das commodities. Na última quinta-feira (16), [dia que o Ibovespa chegou a cair 8,8%], a turbulência dos mercados derrubou as cotações. Desde o início do nervosismo, o níquel caiu 21,2% na Bolsa de Metais de Londres, seguido pelo zinco, com queda de 16,2%, chumbo (-11,4%) e alumínio (-10,8%). Além disso, as commodities agrícolas recuaram 5,2% nos mercados internacionais. “O pânico dos investidores teve um impacto, principalmente nas commodities metálicas e energéticas. Mas, de uma maneira geral, as commodities agrícolas devem ser pouco afetadas”, prevê Silmar Müller, consultor e colunista da seção Agrotendências, da Revista AMANHÃ. Guilherme da Nóbrega, economista do setor de pesquisa macroeconômica do banco Itaú, também acalma os ânimos. “Os preços sofreram um pouco, mas isso não chega a ser uma tendência. Hoje, a urbanização da China tem mais peso do que a crise dos subprime”, avalia. A Organização das Nações Unidas prevê que daqui a 25 anos, 60% da população chinesa estará vivendo na cidade. “É uma tendência muito sólida. É preciso muito para mudá-la”, acredita Nóbrega. Segundo ele, enquanto os países asiáticos continuarem crescendo haverá demanda de alimentos e energia, o que garantirá uma manutenção de alta dos preços. Apesar de ainda ser cedo para avaliar as conseqüências do nervosismo do mercado financeiro, os economistas já prevêem uma desaceleração da economia americana – cujo crescimento recuará de 2% para 1,5%. Mesmo assim, isso não deve ser suficiente para colocar no chão os preços de commodities em geral. “Por mais que a economia geral não cresça tanto, ou haja um desaquecimento da economia chinesa, eles não vão deixar de consumir alimentos. É preciso alimentar a população crescente”, pondera Silmar Müller.
De uma maneira geral, com o fim da turbulência – que alguns economistas arriscam projetar para setembro –, os preços devem se recuperar das perdas da semana passada e voltar aos patamares em que eram negociados antes da crise. “Há uma insegurança quanto ao comércio internacional. Passando esse período de alta volatilidade, tudo deve se normalizar”, avalia Felipe Assarisse, analista da Flow Corretora de Mercadorias. Já Bernardo Wiederhold, analista do setor agrícola da Fator Corretora, acredita que, mesmo que ocorram mais episódios como os da última quinta-feira, os produtores não devem sofrer tanto com os contratos futuros. “O que vimos na semana passada foi uma queda dos valores comercializados, mas em contrapartida houve uma alta do dólar, que tem um efeito compensatório para os mercados agrícolas”, explica Wiederhold.
2 comentários:
É, tá feia a coisa.
Volatilidade deve passar longe das commodities agrícolas
A volatilidade pela qual passam os mercados financeiros se refletiu até mesmo nos preços das commodities. Na última quinta-feira (16), [dia que o Ibovespa chegou a cair 8,8%], a turbulência dos mercados derrubou as cotações. Desde o início do nervosismo, o níquel caiu 21,2% na Bolsa de Metais de Londres, seguido pelo zinco, com queda de 16,2%, chumbo (-11,4%) e alumínio (-10,8%). Além disso, as commodities agrícolas recuaram 5,2% nos mercados internacionais. “O pânico dos investidores teve um impacto, principalmente nas commodities metálicas e energéticas. Mas, de uma maneira geral, as commodities agrícolas devem ser pouco afetadas”, prevê Silmar Müller, consultor e colunista da seção Agrotendências, da Revista AMANHÃ. Guilherme da Nóbrega, economista do setor de pesquisa macroeconômica do banco Itaú, também acalma os ânimos. “Os preços sofreram um pouco, mas isso não chega a ser uma tendência. Hoje, a urbanização da China tem mais peso do que a crise dos subprime”, avalia. A Organização das Nações Unidas prevê que daqui a 25 anos, 60% da população chinesa estará vivendo na cidade. “É uma tendência muito sólida. É preciso muito para mudá-la”, acredita Nóbrega. Segundo ele, enquanto os países asiáticos continuarem crescendo haverá demanda de alimentos e energia, o que garantirá uma manutenção de alta dos preços. Apesar de ainda ser cedo para avaliar as conseqüências do nervosismo do mercado financeiro, os economistas já prevêem uma desaceleração da economia americana – cujo crescimento recuará de 2% para 1,5%. Mesmo assim, isso não deve ser suficiente para colocar no chão os preços de commodities em geral. “Por mais que a economia geral não cresça tanto, ou haja um desaquecimento da economia chinesa, eles não vão deixar de consumir alimentos. É preciso alimentar a população crescente”, pondera Silmar Müller.
De uma maneira geral, com o fim da turbulência – que alguns economistas arriscam projetar para setembro –, os preços devem se recuperar das perdas da semana passada e voltar aos patamares em que eram negociados antes da crise. “Há uma insegurança quanto ao comércio internacional. Passando esse período de alta volatilidade, tudo deve se normalizar”, avalia Felipe Assarisse, analista da Flow Corretora de Mercadorias. Já Bernardo Wiederhold, analista do setor agrícola da Fator Corretora, acredita que, mesmo que ocorram mais episódios como os da última quinta-feira, os produtores não devem sofrer tanto com os contratos futuros. “O que vimos na semana passada foi uma queda dos valores comercializados, mas em contrapartida houve uma alta do dólar, que tem um efeito compensatório para os mercados agrícolas”, explica Wiederhold.
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