Dizem que ninguém é louco a ponto de rasgar dinheiro. Mas a decisão do Fed de cortar a taxa de redesconto em pleno domingo, ainda mais antecedendo a reunião do Fomc desta terça-feira, foi mais um prenúncio de que a coisa está indo de mal a pior.
No encontro desta tarde o comitê americano de política monetária deve dar mais uma tesourada na Fed Funds Rate. Um corte de 1% já não parece tão absurdo e chega a ser até provável, visto a dimensão com que a crise de crédito abalou o sistema financeiro e vem contaminando a economia do planeta.
Recessão é a palavra de ordem e, como a confiança na saúde das instituições não poderia ser menor, para dar um alívio aos devedores, estimular ainda mais o consumo irresponsável, e tentar postergar a derrocada do império, Mr. "Bear"nanke e Cia vão proporcionar à população o "dinheiro grátis".
Como? Quem acompanha as taxas de crescimento do país (GDP), o déficit comercial e o aumento da inflação, sabe que com os juros na casa de 2%, o ganho real das aplicações ficaria negativo. E isto acarreta na perda do interesse pela poupança e um grande incentivo ao endividamento. Alan Greenspan, que não é nenhum visionário - e deve ter vendido as calças antes de se pronunciar repetida e enfaticamente sobre os problemas atuais - ainda vai poder dizer aquela famosa frase: "eu avisei!".
O Brasil ainda tem a maior taxa de juros reais do mundo e, assim, apesar das vendas pesadas no mercado de capitais - para cobrir rombos em balanços no exterior (e tb manter a paridade com as ADRs) - afetarem diretamente a Bovespa, boa parte do dinheiro ainda deve ficar por aqui, pela atratividade da nossa renda fixa. O risco Brasil é que não pode aumentar muito, mesmo com uma pressão natural sobre o dolar, para não gerar um debandada nos recursos estrangeiros.
Enfim, é uma equação complicada. E eu já esperava por isso há mais de um ano. Conseguiram esticar o mercado ao máximo (lembram do DJ aos 14 mil pontos?), mas agora parece que não há como fugir da realidade. Petrobras achando poços impenetráveis com dimensões magníficas, querendo chegar aos 100, a Vale se beneficiando do alto preço no minério que a China dá liquidez, Ibovespa bateu 65 mil pontos, tudo ao seu tempo, estava demorando, mas uma hora tinha que acontecer.
Por enquanto, os 60k ainda tem segurado a queda... não sabemos até quando! Amanhã pode ser outro dia, mas que não se iludam aqueles que acreditam em um prolongamento da fase de prosperidade que o mundo inteiro vivenciou. Os repiques devem ser cada vez menos intensos, mas sempre continuarão existindo. Até o investment grade, e o sonhado descolamento, o mercado vai amargar muitos dissabores.
Nunca torci tanto para estar errado!
No encontro desta tarde o comitê americano de política monetária deve dar mais uma tesourada na Fed Funds Rate. Um corte de 1% já não parece tão absurdo e chega a ser até provável, visto a dimensão com que a crise de crédito abalou o sistema financeiro e vem contaminando a economia do planeta.
Recessão é a palavra de ordem e, como a confiança na saúde das instituições não poderia ser menor, para dar um alívio aos devedores, estimular ainda mais o consumo irresponsável, e tentar postergar a derrocada do império, Mr. "Bear"nanke e Cia vão proporcionar à população o "dinheiro grátis".
Como? Quem acompanha as taxas de crescimento do país (GDP), o déficit comercial e o aumento da inflação, sabe que com os juros na casa de 2%, o ganho real das aplicações ficaria negativo. E isto acarreta na perda do interesse pela poupança e um grande incentivo ao endividamento. Alan Greenspan, que não é nenhum visionário - e deve ter vendido as calças antes de se pronunciar repetida e enfaticamente sobre os problemas atuais - ainda vai poder dizer aquela famosa frase: "eu avisei!".
O Brasil ainda tem a maior taxa de juros reais do mundo e, assim, apesar das vendas pesadas no mercado de capitais - para cobrir rombos em balanços no exterior (e tb manter a paridade com as ADRs) - afetarem diretamente a Bovespa, boa parte do dinheiro ainda deve ficar por aqui, pela atratividade da nossa renda fixa. O risco Brasil é que não pode aumentar muito, mesmo com uma pressão natural sobre o dolar, para não gerar um debandada nos recursos estrangeiros.
Enfim, é uma equação complicada. E eu já esperava por isso há mais de um ano. Conseguiram esticar o mercado ao máximo (lembram do DJ aos 14 mil pontos?), mas agora parece que não há como fugir da realidade. Petrobras achando poços impenetráveis com dimensões magníficas, querendo chegar aos 100, a Vale se beneficiando do alto preço no minério que a China dá liquidez, Ibovespa bateu 65 mil pontos, tudo ao seu tempo, estava demorando, mas uma hora tinha que acontecer.
Por enquanto, os 60k ainda tem segurado a queda... não sabemos até quando! Amanhã pode ser outro dia, mas que não se iludam aqueles que acreditam em um prolongamento da fase de prosperidade que o mundo inteiro vivenciou. Os repiques devem ser cada vez menos intensos, mas sempre continuarão existindo. Até o investment grade, e o sonhado descolamento, o mercado vai amargar muitos dissabores.
Nunca torci tanto para estar errado!
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