Plus500

7.3.08

Leilão da CESP: será que desta vez sai?

Está chegando a hora... nesta reta final muita coisa ainda pode acontecer. Na melhor das hipóteses no dia 26 eles abrem os envelopes e a empresa é vendida com um bom ágio. Na pior, nada acontece o leilão é cancelado e o papel volta aos patamares anteriores, por volta de 25! Vale o risco por tão pouco?

O maior problema foi o veto do governo de SP para que outras estatais concorram para adquirir a elétrica. Existem ainda alguns contratos sujeitos à renovação, a obrigatoriedade do comprador manter os convênios firmados e uma enorme possibilidade do governo (ou alguém mais) recorrer da decisão e voltarmos aos efeitos causados pela indústrias das liminares. O governo federal é contra privatizações e pode tentar ficar com a empresa através de alguma subsidiária da Eletrobrás, caso de Furnas ou Chesf - que mesmo assim buscar associações com outras empresas. O mesmo se aplica a Cemig, mas esta pode entrar pela Light, e também à Copel ...(quem duvida?)

Eu só acredito vendo... depois de sacramentada a venda.

Outra pendência é a questão do TAG ALONG para as ações ordinárias (e a PNA - CESP5) que o edital garante 80% do valor, mas, segundo o site da Bovespa ainda existem controvérsias e o assunto pode ser bastante discutível. Ou seja é um investimento de risco.

O fato é que depois de muitos exercícios apresentando prejuízo, os controladores (e seus contadores) resolveram mostrar um lucro em 2007, coisa que não acontecia há tempos, apesar de tratar-se da 3ª maior geradora de energia do país.

Foi divulgado na mídia:


Perto de ser privatizada, CESP anuncia lucro de R$179 mi


A Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp), que será leiloada no dia 26, registrou lucro líquido de 178,6 milhões de reais em 2007 frente a prejuízo de 118,4 milhões de reais no ano anterior.

Uma das maiores geradoras do Brasil, com seis hidrelétricas somando 7.456 megawatts instalados, a Cesp teve receita operacional bruta anual de 2,625 bilhões de reais, crescimento de 9,5 por cento no período de 12 meses.

A fatia de controle que o governo paulista detém na Cesp teve preço mínimo estabelecido em 6,6 bilhões de reais. Com as ofertas para sócios minoritários, o negócio deve rondar os 15 bilhões de reais, o que reduz a probabilidade de um só interessado levar a empresa.

O cenário mais provável considerado por especialistas é o de formação de consórcios com empresas do setor que consultaram os dados técnicos da Cesp.

Entre os potenciais interessados estão grupos como Neoenergia, Energias do Brasil e CPFL Energia - além das estaduais Cemig e Copel, vetadas de participar da privatização porque são estatais, mas que podem recorrer à Justiça.

Um comentário:

Anônimo disse...

Formato de venda da Cesp tem aval de tribunal (07/03)


TONI SCIARRETTA
da Folha de S.Paulo

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo decidiu arquivar uma representação do Sindicato dos Engenheiros, que questionava o valor do preço mínimo da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que vai a leilão no dia 26. O TCE afirma que a modelagem de venda foi feita por dois bancos, que seguiram padrões internacionais, considerando o fluxo de caixa da empresa.

Segundo os engenheiros, o preço mínimo de R$ 6,6 bilhões não levaria em conta os eventuais valores que a União teria de ressarcir aos novos donos da Cesp em caso de não-renovação das concessões das usinas hidrelétricas. O valor diz respeito a investimentos feitos, mas não amortizados pelos concessionários.

No caso da usina de Porto Primavera, em que a Aneel recomendou a renovação por mais 20 anos, a União deveria devolver até R$ 12 bilhões se não renovar a concessão, segundo o sindicato. 'Pode ser o maior golpe já aplicado contra os cofres do Estado', disse Carlos Kirchner, do sindicato.

A Secretaria de Fazenda, que coordena a venda, informou que demonstrou ao TCE que não há "fundamentação nos argumentos' dos engenheiros. 'O Estado auferirá uma receita bem superior fazendo a alienação. O sindicato está tentando confundir a opinião pública e retardar o processo. Trata-se de uma representação que defende apenas interesses corporativos dos engenheiros."