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4.3.09

Buffett e a Mea Culpa

In the midst of Warren Buffett’s Berkshire Hathaway (BRK-A) reporting its worst year ever, -9.6%, the stock price has plummeted to a level not seen in almost 6 years.


Warren Buffett divulgou nesse final de semana o pior resultado anual que presenciou à frente de sua empresa; isto que ele assumiu seu controle em 1965.


O megainvestidor é famoso no mercado por administrar um período de crise como ninguém. Seu resultado do ano passado sugere outra coisa, e a carta enviada aos acionistas reconhece isto.


Buffett admitiu ter cometido alguns erros no ano passado. Disse ver a economia norte-americana em "desordem" ao longo de 2009. O mercado, que costuma acompanhar com atenção suas palavras, desta vez não as recebeu bem. Assumiu o que dizia sobre seu desempenho e perspectivas, ignorou que sua carta aos acionistas deixa uma série de mensagens importantes nas entrelinhas.

O Abaco, amigo e exímio analista técnico, publicou esta reportagem no Fórum Monitor Financeiro. A postagem abaixo, foi de certa forma baseada em seu comentário, muito pertinente, sobre a possibiliidade de até os big players errarem no timing. Mas não foi uma resposta a ele, com quem concordo em diversos aspectos.

Meu feedback, e o que penso, vou reproduzir aqui, agora:

O Zarautz, que mora lá fora, há algumas semanas atrás, chamou minha atenção enviando primeiro um artigo de Lita Epstein sobre este sentimento de seita. Depois escreveu, de próprio punho, a sua opinião sobre o momento... conservador ao extremo, ele também concorda que não existem magos no mercado. As pessoas tendem a ganhar visibilidade pelo sucesso que obtêm. Alguns aparecem e somem, outros sobrevivem por mais tempo, e acabam sendo endeusados... até a hora em que erram. Mas aí já arrastaram um séquito de adoradores.

Tem uns que ganham notoriedade meteórica, por acertarem uma reversão. Às vezes erram no timing (e ficam na calada), até a hora que a coisa acontece. É quando voltam aos holofotes com aquela frase batida: "Eu avisei!!!", rs

Existe até um site nos EUA que é como um oráculo para os mortais investidores (ou natimortos?). Chama-se GuruFocus. Eu até salvei o endereço aqui e guardei um trecho da reportagem que saiu na AOL:

There is a website GuruFocus that tracks the portfolios of key gurus, such as Warren Buffett and George Soros. This will give you a good idea of the industries and companies these stock picking gurus are adding to their portfolios. Be careful though, stocks do tend to get bid up when reports first leak out about a guru purchase, so put the stock on a watch list and wait for prices to settle down.

Como eu não opero a NYSE, vale pela curiosidade...

Abs ^v^

PS: a mea culpa, o ato de admitir publicamente um erro estratégico - também como uma satisfação aos demais acionistas pelas perdas de sua empresa e fundos - pareceu-me esconder por trás alguma coisa que não ficou bem clara. Quem pôde ler a íntegra de seu comunicado, deve ter percebido um quê de arrependimento. Se ele desfez de posições - que não gostaria (sic) - para investir em outras empresas com situação financeira delicada (i.e. GE e Goldman Sachs), terá sido movido pela ganância, senso de (falsa) oportunidade, ou comprometimento político com o novo governo dos EUA? Obama, figura notável e carismática, chegou ávido por soluções e apoio para tirar o país da crise. Agora, novamente, ele anunciou o empenho por estabelecer parcerias público-privadas.

Que não sejam do tipo "Caracu", onde o Estado entra com a "cara" e os parceiros e investidores, mais uma vez, tomam...






Suquinho de caju !!!???

6 comentários:

Seagull disse...

Portal EXAME - O governo Obama estuda a criação de diversos fundos de investimento para a compra de empréstimos ruins e ativos podres que estão entupindo as veias do sistema financeiro e impedindo a retomada do crédito, afirmou nesta terça-feira o Wall Street Journal, sem citar a fonte das informações.

No mês passado, o Tesouro dos EUA já havia anunciado a intenção de injetar entre 500 bilhões e 1 trilhão de dólares na compra de ativos tóxicos dos bancos - além dos 700 bilhões de dólares aprovados pelo Congresso em 2008 dentro de um pacote de ajuda às instituições financeiras.

Segundo o WSJ, o Tesouro não finalizou, até o momento, a formatação dessa nova ajuda ao setor financeiro. A ideia do governo, entretanto, é estruturar uma espécie de parceria público-privada para assumir esses créditos por meio de diversos fundos de investimento.

Esses fundos teriam dinheiro público, mas seriam geridos por profissionais do setor privado, que também entrariam com parte dos recursos. Tanto os lucros quanto os prejuízos obtidos com a compra desses ativos tóxicos seriam compartilhados pelo governo e os gestores privados.

O valor dos créditos a serem comprados e a escolha dos ativos tóxicos mais interessantes seriam feitas pelos gestores privados. Isso evitaria que o governo se desgastasse junto à opinião pública comprando créditos podres por valores acima da cotação de mercado. Ao mesmo tempo, os bancos poderiam desintoxicar seus balanços.

O governo financiaria a aquisição desses papéis com o que restou do pacote de 700 bilhões de dólares, com dinheiro do Federal Reserve (o banco central americano) e com a venda de novos títulos públicos ao mercado.

Essa parceria público-privada tem como origem a ideia da criação de um "banco ruim" para assumir os ativos podres das instituições financeiras em dificuldade. Essa solução do "banco ruim" já funcionou no passado em países com problemas de solvência no sistema financeiro, como a Suécia.

A diferença é que o governo Obama quer agora encorajar o setor privado a também participar do programa de resgate aos bancos. Outra aposta é a criação de diversos fundos para o investimento em diferentes tipos de papéis. O governo acredita que, dessa forma, seria mais fácil superar o grande obstáculo que é definir o valor de cada um desses créditos.

Um obstáculo que ainda precisa ser superado é definir como o governo e o setor privado vão dividir o risco desses investimentos. De alguma maneira, o governo precisará dar garantias aos investidores interessados para conseguir atrair capital. Se der garantias em excesso, a opinião pública pode se voltar contra Obama.

Beto Veiga disse...

É isso aí, Márcio.
Eu queria fazer uma avaliação do resultado dos Gurus brasileiros. Principalmente os que foram endeusados na condução das políticas públicas do País e hoje embolsam as comissões dos seus fundos de investimentos.
Mas é melhor olhar as coisas pelo lado do bem que do mal.
Deixa esses caras para lá.

Seagull disse...

Isso Betao!

Deixa quieto... vamos cuidar do nosso que já não está fácil.

O maior problema, no meu entender, é como este video inglês que anda circulando pela net, e satiriza a crise financeira.

No final ele conclui com a maior de todas as verdades (e isto não parece piada):

Quem paga essa conta são os fundos de pensão!!!

Se cuida Real Grandeza... caso contrário as economias dos funcionários vão para as furnas!

A PETRUS só sobreciveu por causa da chiadeira com o governo. Previ e outras idem...

A VALIA agora não está mais vinculada a nenhuma estatal. Pode-se dizer até que a VALE agora é multinacional.

Mas e, por exemplo, o AERUS da Varig, e outros do tipo que sucumbiram com os desmandos acobertados pela SPC.

O que não falta é credor... e o dinheiro para pagar eles não soltam.

Triste sina tupiniquim - e parece que os grindos resolveram copiar.

O bonus dos executivos estão no bolso. Podem cortar daqui pra frente, nas o que amealharam ninguém fala em devolução!

Como disse o amigo JP no Forum MI, os acionistas (pq não tb os aposentados e pensionistas) são mesmo uns minoriOtários!

Com todo perdão do mau gosto!

Abs ^v^

Seagull disse...

Sem falar nos cotistas do hedging funds...

Aquelas caixas-pretas de "expertise" e "armações"...

Beto Veiga disse...

Eu sou muito cético com relação a essas coisas.
Já falei que devia haver um TCU para olhar as contas dessa turma, porque auditoria "independente" é tão história da carochinha quanto "preço alvo" de ações.
Abraço do amigo Beto e boa sorte!

Seagull disse...

Valeu Betão!

É por aí mesmo...

Abs ^v^