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29.7.07

Agosto Chegando

Bovespa já acumula baixa no mês

Enganaram-se os investidores que pensaram que o pior já tinha passado: a Bolsa de Valores de São Paulo voltou a recuar com força durante a semana.

O Ibovespa fechou a sexta-feira com queda de 1,80%, para 52.922 pontos encerrando a semana com baixa de 7,3%. A Bovespa exibe agora valorização de 19% em 2007. No momento de maior nervosismo, o índice foi arrastado pela turbulência externa, com as fortes quedas das bolsas em Nova York e Londres.

Risco

O risco Brasil disparou mais de 20% e voltou a ficar acima dos 200 pontos-base, refletindo o sentimento de aversão ao risco que tomou conta dos investidores. O temor, crescente, é o de contágio do mercado de crédito corporativo pelos problemas com as hipotecas de segunda linha. A turbulência externa levou o Tesouro Nacional a cancelar o tradicional leilão de títulos públicos prefixados de hoje.

O medo de que os problemas se alastrem pelo mercado de crédito nos EUA levou os investidores a se desfazerem de ações e buscarem refúgio nos títulos do Tesouro americano (Treasuries), considerados a aplicação mais segura do mundo.

Dólar

O dólar teve na sexta-feira a maior queda diária desde junho de 2006, influenciado pela oferta de divisas de exportadores e pela redução da saída de investidores estrangeiros. A moeda norte-americana caiu 1,71% e encerrou a R$ 1,895, um dia após avançar mais de 3% pela preocupação global com o mercado de crédito de risco nos Estados Unidos.

A semana foi de forte volatilidade e começou com o dólar no menor patamar desde setembro de 2000. Apesar de o sobe-e-desce ter se mantido nos mercados internacionais, operadores notaram uma redução na saída de investidores estrangeiros. No final da sessão, o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista. Na operação, a autoridade monetária definiu corte a R$ 1,904 e aceitou, segundo operadores, ao menos quatro propostas.

Um comentário:

Anônimo disse...

O mercado financeiro mundial ainda vive as incertezas relacionadas ao mercado imobiliário americano e aos problemas que pode acarretar para o próprio sistema financeiro internacional, que alavancou posições em créditos de altíssimo risco que agora podem não ser honrados. Grandes fundos estão envolvidos. Perdas podem reduzir o crédito mundial inclusive para fusões e aquisições.

Mas, em princípio, não há uma mudança nos fundamentos macroeconômicos e nas previsões quanto ao andamento da economia mundial. O próprio Produto Interno Bruto (PIB) americano, ao mostrar um reaquecimento no segundo trimestre, acima do que era esperado, confirma as boas perspectivas para a economia global, que pode se manter em ritmo acelerado. Para não falar dos países asiáticos, especialmente a China, que continua, inclusive, tomando medidas para frear o crescimento e evitar possíveis distorções geradas, justamente, por um avanço muito acelerado.

A América Latina e o Brasil, em particular, também devem apresentar performance melhor este ano. A redução da vulnerabilidade do País poderá até ser testada pelo provável aumento da volatilidade do mercado, mas a tendência é de preservação da melhoria dos fundamentos, sem uma alteração de rota.

Projeções continuam sendo refeitas para melhor. O Fundo Monetário Internacional (FMI) até elevou a expectativa de crescimento da economia mundial de 4,9% para 5,2%. As expectativas para o Brasil também têm sido revistas para cima. As projeções, na média, estão em torno de 4,5%. Faixa muito acima da média medíocre registrada pelo País há muitos anos, com poucas exceções de curta duração e muito artificialismo.

Portanto, por maior que seja a aversão ao risco gerada pelas incertezas relacionadas ao mercado imobiliário americano, as perspectivas econômicas mais positivas tendem a assegurar um fluxo favorável de investimentos pelo mundo, sustentado também pela forte liquidez. Claro que eventuais perdas neste segmento tendem a enxugar parte da liquidez e reduzir o apetite por aplicações de maior risco. Mas ainda não dá pra se pensar numa reversão, de fato, do bom cenário previsto para este e para o próximo ano. O ciclo positivo da economia mundial deve prosseguir.