Plus500

17.1.08

Apocalypse Now???

Muito interessante a questão do timing...

A coisa não acontece de um dia para o outro, o cenário já vinha deteriorando, mas as bolsas se sustentavam (ou conseguiam manter a tendência de alta), e tudo era festa! Os atos de quem manda no mercado geravam uma sensação de aparente controle. A fábrica de moedas injetava quantidades absurdas de recursos para conter a sangria. E as compras continuavam entrando, mesmo enquanto o dinheiro esperto saía.

A Selic baixava, os juros americanos subiam e estacionavam acima de 5%. O dolar em queda livre, e o Brasil zerando sua dívida externa. Que bela jogada, aproveitar as cotações baixas (?) foi um ato de grande sabedoria. Aumentamos nossas reservas (de mico?) ao passo que outros se desfaziam dos papéis sem lastro. E o fundo nunca chegava, mas continuamos dando liquidez para uma moeda semi-podre desde quando ela ainda estava acima de R$2,50. Que fantástico senso de oportunidade!

E o país prosperando - na linguagem deles. O período de farta liquidez terá sido bem explorado? Melhoramos o PIB às custas de uma canetada (que até se justifica), criaram-se empregos (muitos em condições informais), a industria no limite de sua capacidade (com a matriz energética saturada), o consumo explodindo (nunca o poder aquisitivo do pobre pôde comprar tanto), os shoppings lotados, a arrecadação aumentando (pela carga tributária e menos sonegação), na mesa do brasileiro mais carne, feijão, e até sobremesa, apesar da dívida pública quase impagável, um ensino básico jurássico e a saúde moribunda. De repente nos lembramos da inflação!

Nossa taxa de juros parou de cair (vai subir?) e os americanos, desesperados, cortam a sua com um machado capaz de derrubar parte da Amazonia. A farra dos imóveis trouxe uma inadimplência nunca vista, e o (des) crédito para aqueles que não podem honrar seus compromissos.

E diziam que Bovespa havia descolado, que os nossos fundamentos são ótimos, e os pilares da economia inabaláveis a qualquer crise externa. Tudo mudou? Afinal, qual é o seu timeframe?

Logo, todos que chamavam os mais céticos de cavaleiros do apocalipse serão os mesmos a afirmar que o mercado virou para BEAR. Quanto tempo isso demorou? Pode ser que a esta altura seja bom comprar. Quem sabe agora não repica e a euforia volta a tomar conta da cabeça dos investidores. De novo: qual é o seu timeframe? Ano, mês, semana, dia, hora, minuto, pode ser uma eternidade?

Mas afinal o que é timeframe? O importante é o trinômio: Risco, Rentabilidade e Liquidez. E o prazo, os objetivos estabelecidos no plano, onde entram nessa estória? Mudar de estratégia no meio do jogo, deixar de ser especulador de CP para tornar-se um investidor de longo prazo é a conversa de quem dormiu no bonde e perdeu o ponto de saltar. Qual é a desculpa da vez?

Topos e fundos, topos e fundos, mais altos ou mais baixos, siga a tendência de forma conservadora, aceitando o carater beiradista dos pequenos traders, ou antecipe-se a ela como os grandes players. O que não dá é para se colocar no jogo como um médio gambler!

Compram no topo e vendem no fundo. É tudo manipulado, os caras não valem nada, será que a melhor hora para vender passou e já é tarde para estopar? Cristalizou com o inversão e não sabe como agir? Ainda não entendeu que para ganhar na bolsa tem que operar nas duas pontas? Ninguém ensinou? Zera tudo no prejuízo? Fica olhando o mercado na espera da bonança voltar? Quem sabe um preço-médio para ficar mais perto do valor inicial de aquisição? O que fazer?

A história se repete... e quando descobrirem as respostas, as perguntas serão outras. Como sai caro este aprendizado. A culpa é do... Bush?

Ou de Francis Ford Coppola!

6 comentários:

BuracoInvest disse...

ê Seagull. Belas e sábias palavras.

Realmente, acho que a turma tá começando a cair na real. A velha crise do subprime que começou a gerar murmúrios em março do ano passado, parece que hoje começa a mostrar que o buraco é mesmo fundo.

Não sei se agora, bastará uma simples "especulação" de que a taxa de juros irá cair para o mercado voltar a bater o topo (até dezembro, foi assim).

Apesar de não ser filme, nós temos pelo menos um botão de stop, cabe a cada um saber até que quando assistir esse drama.

Sds.

Seagull disse...

Valeu Roger,

mas depois de tanta queda deve surgir um alento. Que não deveria deixar ninguém eufórico, e sim esperto para a possibilidade de uma saída melhor.

Quem sabe até lá, se acontecer, não se avalia a pertinência de entender o funcionamento de operações vendidas e envolvendo a volatilidade!

Abs ^v^

Seagull disse...

Bilhete por bilhete na expectativa de uma reação do mercado essa VALEA48 (com prazo de validade para segunda) saindo na mínima de 0,24 pode dar um prêmio!!! ;-)

BuracoInvest disse...

A VALEA48 deu o prêmio, bateu nos 0,52. Mas começou a recuar. Olho (ouvido) nas palavras do Bernanke.

Seagull disse...

O tiro foi curto mas deu para tirar uns trocados... como falei, não dá para ficar abraçado com uma opção que vence em dois pregões.

Lucro de 100% rapido assim não tem como deixar de colocar no bolso! De lá ninguém tira, no mercado o risco continua. Ainda mais com a caixinha de surpresa para ser aberta.

Pau ou pó... no meio do caminho a gente brinca! ;-)

Minha carteirinha esmirrada ainda se sustenta, mas fico com vontade de zerar tudo. Melhor no 0x0 ou pequeno lucro, do que dar chance de furar a linha do custo e as perdas crescerem! Como o que está alocado não corresponde nem a 10% do free-float, vou acreditando nos aspectos fundamentalistas. Só não sei até quando...

Abs ^v^

BuracoInvest disse...

É Sea, acho q tô q nem vc.

Só tive um problema de ligação. Não é muito comum fazer isto, mas deixei um stop loss numa opção da vale, pois saí para o almoço e tinha um compromisso que poderia me segurar até mais tarde, mas minha ordem de stop não foi enviada (não sei por que - acho que deu tilt na conexão - dei a ordem diretamente pelo site da corretora). Agora estou aqui amargando um prejú e sem coragem de sair fora, pois o gráfico tá me mostrando pra ficar (acho que o prejuízo já foi, vou engolir e analisar como se estivesse no novo patamar (mais baixo) - sei que estou contrariando um monte de teorias).

vamos ver no final do pregão.