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14.11.07

Barril de Tupi vai custar 4 vezes mais

Para retirar o petróleo leve encontrado na camada de pré-sal do bloco de Tupi, na Bacia de Santos, a Petrobras terá de gastar mais de quatro vezes o valor médio que investe atualmente na produção do óleo dos campos de águas profundas da Bacia de Campos.

Segundo projeção do geólogo Giuseppe Bacoccolli, as reservas de óleo leve encontradas pela estatal a mais de 6 mil metros da superfície, em águas ultraprofundas, não deverão ter um custo inferior a US$ 30 por barril, ante os US$ 7,5 hoje gastos pela estatal, conforme divulgado no balanço financeiro da companhia.

Mesmo assim, o geólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) acredita que a exploração pode ser viável, graças à manutenção dos preços do barril em nível mais elevado no mercado internacional. "Ninguém espera uma queda do valor do barril para algo inferior a US$ 60. E isso já justificaria produzir na área de Tupi”, comentou. Isso sem contar a compra dos equipamentos pesados necessários à produção.

A dificuldade de acesso, a atual elevação dos custos de equipamentos do setor de petróleo e ainda a larga extensão do campo devem dificultar o trabalho da Petrobrás e encarecer os investimentos. Para o geólogo, seriam necessárias entre seis e 12 plataformas, do tipo FPSO, que são sistemas flutuantes de produção e armazenagem.

Em razão da profundidade a que estarão conectadas, as unidades não podem ser fixas, explicou o professor. Para produzir em média um milhão de barris por dia, cada uma delas terá de ser ligada a dez poços ou 15 poços. Considerando que a Petrobras gastou em torno de US$ 240 milhões para perfurar o primeiro poço em Tupi, e reduziu esse custo para US$ 60 milhões nas investidas seguintes, Bacoccolli estima que os próximos poços devam ter seu custo em torno de US$ 30 milhões.

O geólogo observa, entretanto, que esse volume de investimentos seria apenas para explorar os cerca de cinco bilhões a oito bilhões de barris de óleo equivalente existentes em reservas de petróleo na área de Tupi, sem considerar o volume potencial que pode ser confirmado, caso seja comprovado que há uma continuidade dessa mesma reserva em outros pontos da extensão de 800 quilômetros da camada pré-sal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

3 comentários:

BuracoInvest disse...

Belo post.

Acho que muita gente tinha idéia do quanto vai ser difícil tirar petróleo de quase do centro do mundo.

O tal do movimento de 16% da petr foi mesmo intensificado pela especulação.

Depois da mínima de 50,00 na 4a.-feira, a Vale hoje fechou nos 52,00 (como ela tá gostando de número redondo)...

Enfim, só tô mandando este comentário pra dizer que hoje (mesmo contrariado)tive que trabalhar e por isso não deixei de ver o que aconteceu no mercado (rs...).

Sds,

Seagull disse...

Fala Roger,

só tem um pequeno detalhe: essa reportagem postada aqui pelo Monitor transcreve uma matéria publicada no Estadão. E ele (a editoria do jornal) cometeu um grande equívoco na escala de profundidade do poço. Na verdade, não são 6 mil km... e sim, 6.000 metros. Seria quase um "Everest" de cabeça para baixo como foi feita uma analogia em comentários anteriores.

A seis mil kilometros a reserva estaria no núcleo NIFE (níquel-ferro), praticamente no centro da terra, como vc reforçou e muito bem observou o amigo Ncrab!

Pode ter sido um erro de digitação, mas para uma mídia com o alcance de um "Estado de São Paulo", o revisor de textos comeu uma mosca do tamanho da diferença que ele deixou passar antes de autorizar a publicação! ;-)

Abs ^v^

Monitor disse...

De fato esta matéria havia sido tirada de uma newsletter da revista Amanhã, que citava como fonte o jornal Estado de São Paulo.

A correção no texto publicado aqui já foi efetuada.