Muito justa e merecida a premiação do Nobel de Economia para os americanos responsáveis pelo estudo sobre a eficácia nas transações. Estas podem ser de qualquer natureza, aplicando os mesmos princípios desenhados nos mecanismos que avaliam quando o mercado está funcionando de forma adequada, tomando por base a Teoria dos Jogos.
Tudo foi desenvolvido em cima de modelos matemáticos (uma ciência exata) que criam parâmetros para aumentar a eficiência das negociações, resultando em uma melhor alocação de recursos, para maximizar os lucros e proporcionar maior bem-estar entre as partes envolvidas.
Quem teve a oportunidade de conhecer a Teoria dos Jogos sabe que ela é fundamentada em estratégias que orientam os agentes econômicos a tomarem determinadas atitudes que potencializam suas chances de êxito nos negócios. Para isto, muitas vezes, são utilizados artifícios como o uso de informações privilegiadas, pistas falsas e, até mesmo, a mentira sobre as reais intenções dos participantes na negociação.
Trazendo isto para as operações em bolsa de valores, podemos entender porque este conceito de eficiência no mercado de capitais ainda é uma das áreas mais controversas no mundo das finanças. Nem sempre os preços dos ativos refletem com fidelidade todas as informações disponíveis. Como as bolsas são mercados imperfeitos, tudo vai depender do timing de acesso, à quantidade de competidores (que proporcionam liquidez), à interpretação dos dados e seu grau de importância.
Geralmente, exceto no caso da divulgação de um fato relevante - onde "todos", que não participam da administração da empresa, têm acesso ao mesmo tempo - aqueles que saem na frente estão em ampla vantagem nesta disputa. Com o pregão eletrônico as transações ficaram totalmente mecanizadas e sujeitas aos maiores "cacifes", tirando o "toque de arte" que havia nos recintos onde as negociações eram feitas em viva-voz.
Lembro dos meus tempos de BVRJ, quando corretoras de peso como a Multiplic, Crefisul, Garantia, Prosper, Ativa, Umuarama, entre outras, destacavam seus operadores para negociar uma quantidade aberta de ativos, ou opções, a preço de mercado. Muitas vezes era preciso "mentir" para atrair a liquidez necessária e atender todas as ordens. Mentir no sentido poético da negociação, quando entrávamos apregoando compra, com a intenção de chamar mais compradores, a fim de vender uma quantidade enorme de lotes. Isto fazia parte do jogo!
Hoje em dia temos que nos resignar com a frieza das transações eletrônicas que, apesar de trazerem mais confiabilidade e transparência aos negócios, eliminaram a relação estritamente pessoal e direta que havia entre os prepostos das instituiçoes e seus clientes. Este foi o custo da evolução!
Parabéns a Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson, legítimos ganhadores do Prêmio Nobel de 2007, que vão dividir entre si o prêmio de U$1,5 milhão, por questionarem a necessidade de intervenção dos governos em mercados que deveriam (ou poderiam) ser auto-regulamentados.
^v^
Tudo foi desenvolvido em cima de modelos matemáticos (uma ciência exata) que criam parâmetros para aumentar a eficiência das negociações, resultando em uma melhor alocação de recursos, para maximizar os lucros e proporcionar maior bem-estar entre as partes envolvidas.
Quem teve a oportunidade de conhecer a Teoria dos Jogos sabe que ela é fundamentada em estratégias que orientam os agentes econômicos a tomarem determinadas atitudes que potencializam suas chances de êxito nos negócios. Para isto, muitas vezes, são utilizados artifícios como o uso de informações privilegiadas, pistas falsas e, até mesmo, a mentira sobre as reais intenções dos participantes na negociação.
Trazendo isto para as operações em bolsa de valores, podemos entender porque este conceito de eficiência no mercado de capitais ainda é uma das áreas mais controversas no mundo das finanças. Nem sempre os preços dos ativos refletem com fidelidade todas as informações disponíveis. Como as bolsas são mercados imperfeitos, tudo vai depender do timing de acesso, à quantidade de competidores (que proporcionam liquidez), à interpretação dos dados e seu grau de importância.
Geralmente, exceto no caso da divulgação de um fato relevante - onde "todos", que não participam da administração da empresa, têm acesso ao mesmo tempo - aqueles que saem na frente estão em ampla vantagem nesta disputa. Com o pregão eletrônico as transações ficaram totalmente mecanizadas e sujeitas aos maiores "cacifes", tirando o "toque de arte" que havia nos recintos onde as negociações eram feitas em viva-voz.
Lembro dos meus tempos de BVRJ, quando corretoras de peso como a Multiplic, Crefisul, Garantia, Prosper, Ativa, Umuarama, entre outras, destacavam seus operadores para negociar uma quantidade aberta de ativos, ou opções, a preço de mercado. Muitas vezes era preciso "mentir" para atrair a liquidez necessária e atender todas as ordens. Mentir no sentido poético da negociação, quando entrávamos apregoando compra, com a intenção de chamar mais compradores, a fim de vender uma quantidade enorme de lotes. Isto fazia parte do jogo!
Hoje em dia temos que nos resignar com a frieza das transações eletrônicas que, apesar de trazerem mais confiabilidade e transparência aos negócios, eliminaram a relação estritamente pessoal e direta que havia entre os prepostos das instituiçoes e seus clientes. Este foi o custo da evolução!
Parabéns a Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson, legítimos ganhadores do Prêmio Nobel de 2007, que vão dividir entre si o prêmio de U$1,5 milhão, por questionarem a necessidade de intervenção dos governos em mercados que deveriam (ou poderiam) ser auto-regulamentados.
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2 comentários:
Muito bom o artigo, Sea! Parabéns !
Mesmo não tendo vivido a experiência dos pregões viva-voz, confesso que fiquei curioso em ter essa experiência.
Deve ter sido, com certeza, um período maravilhoso de aprendizado.
Grande Abraço
CHRistian
www.chrinvestor.com
Valeu Christian,
mas no que depender de mim, estaremos sempre aí para compartilhar as experiências! ;-)
Abs ^v^
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