Com o desenvolvimento da Internet e o seu alcance sem fronteiras, comunidades virtuais dos mais variados tipos e finalidades começaram a surgir e vêm crescendo a cada dia com um aumento progressivo no seu número de membros cadastrados e participantes efetivos, além de receberem inúmeras visitas de pessoas interessadas em compartilhar a informação. Com isso, uma verdadeira explosão digital tem provocado grandes alterações em toda a sociedade, a começar pela economia.
Os “blogs” pessoais também contribuíram bastante para os estudos e troca de opiniões sobre o panorama financeiro e, em especial, no que diz respeito ao mercado de ações. O acesso gratuito e democrático aos ambientes mais próximos de onde ocorrem as transações em tempo real, proporcionou aos investidores uma maior participação na gestão de seus próprios recursos e assim um controle das variáveis que podem afetar diretamente os seus resultados. A responsabilidade pela tomada de decisão em investimentos é pessoal.
A Internet produziu a maior alteração na economia desde a revolução industrial, pela facilidade com que as transações comerciais e financeiras acontecem entre pequenos, médios e grandes investidores, e mercados distintos, localizados em qualquer parte do mundo.
Mudanças significativas são também sentidas na política. Neste novo espaço surge uma outra forma de vivência, politicamente democrática e plena de ações, em que todos participam ativamente e opinam, imediatamente, sobre definições e decisões que afetam diretamente a todos os seus membros.
As mudanças culturais e sociais criam, no âmbito das relações e interações mediadas pela Internet, outras lógicas de compreensão do mundo, de apropriação das informações, de relacionamento e convívio interpessoal, e de participação. É evidente que todas essas transformações definem novos padrões, econômicos, políticos, sociais e culturais.
Uma nova sociedade, baseada nas infinitas possibilidades de interações, proporcionadas pela comunicação e acesso amplo às informações através das redes digitais.
A globalização da economia e os recursos tecnológicos existentes permitem que hoje se opere nos mercados de ações de outros países durante as 24 horas do dia. A comunicação mediada por computadores gera uma gama enorme de comunidades virtuais.
As próprias empresas têm empenhado seus maiores esforços na criação de canais de relacionamento com os investidores. No mercado de capitais, um dos diferenciais de competitividade é estabelecido em função da qualidade da comunicação mantida com os investidores. O perfeito relacionamento com esse público, permite às empresas usufruir o mercado de capitais, que abriga uma excelente fonte de recursos. As informações levadas aos investidores seriam uma espécie de “matéria-prima” da decisão de investimento.
Na análise de oportunidades de investimentos, os investidores, as instituições e os analistas de mercado acompanham as oscilações de determinadas ações e comparam os “preços justos” desses papéis com as previsões de lucros e com os respectivos preços de mercado. O fluxo de informações financeiras e não-financeiras claras e objetivas, além da mera obrigação legal, integra o discurso das empresas de capital aberto para tentar aumentar sua visibilidade e contribuir para a formação de sua imagem junto aos diversos públicos. O relacionamento com investidores potencializa o sucesso da empresa, na medida em que esse mercado abriga uma excelente fonte de recursos.
Portanto o acesso ao conhecimento está aberto a todos que queiram se desenvolver participando efetivamente do mercado de ações. Seja através de uma estreita relação com a companhia que abriu o seu capital, colocando suas ações para serem negociadas no mercado, e compartilhando com seus detentores os rumos e estratégias definidas por seus controladores, ou por meio de canal aberto nas comunidades de investidores, em fóruns especializados e “chats” para debater técnicas e estratégias com o objetivo de um melhor retorno para o seu capital aplicado.
Fonte: Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, Revista Latinoamericana de Tecnologia Educativa
4 comentários:
Anônimo disse...
Essa pletora de informações disponibilizadas em tempo real e com riqueza inigualável de detalhes de toda natureza tem uma faceta negativa importante, que é a de provocar nos novos investidores a falsa impressão de disporem de todas as condições e ferramentas necessárias e suficientes para obter êxito nas suas decisões de compras.
Há um vácuo enorme, um vale abismal, entre se dispor de gama privilegiada de dados e ter esses dados transformados em informações úteis à avaliação correta das alternativas de investimento.
Diante dessa abundância de recursos virtuais tidos precipitadamente como virtuosos, nos postamos como o cão que correu atrás do carro, alcançou, pegou e, e ... e agora não sabe o que faz com êle.
Muito boas suas postagens, caro Zarautz.
anonimico
De fato, mico, pouco adianta a quantidade de informação se não for bem peneirada e criteriosamente utilizada para tomada de decisão.
Este texto, caso não esteja enganado, foi-me enviado pelo Marcio há bastante tempo atrás.
Sds
Zarautz
mesmo assim, uma fonte rica para se beber. Como tudo na vida, deve-se buscar a crítica. Quanto mais aberto, melhor. Devemos tomar é cuidado com locais que afirmam coisas, como "vai subir" ou "vai cair". Da mesma forma que com locais que nos garantem ser possível entrar no mercado sem entrar no mercado. Mas a democratização e abertura "em rede" é um passo importante. E a crítica do usuário, como sempre, fundamental para o bom usufruto.
Eheheh... o texto eu havia mandado para publicar em uma das edições da newsletter, ainda na época do MF com a formação antiga.
Nao lembro se enviei o artigo para vc, ou depois eu coloquei no fórum Intraday. É mais fácil ter sido pela revista mesmo!
Abs Zara!
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