Emblemática esta operação conjunta no combate à sonegação de impostos, pela importação de produtos, feito por subsidiárias de empresas multinacionais. Como a base do superávit primário se dá, principalmente, com a arrecadação dos tributos que as empresas (e os pobres contribuintes) pagam, para bancar os gastos públicos - e os prometidos 10 milhões de empregos a serem criados - o governo, quando se sente lesado (quem mais tem esse direito), joga duro.
Mas como disse muito bem a Cris Correa, em seu blog Por Dentro das Empresas, "no início desta década, escândalos contábeis envolvendo empresas como Enron e Worldcom provocaram uma profunda mudança na fiscalização das companhias americanas. As empresas abertas tiveram de se adaptar a uma nova Lei, a Sarbanes-Oxley, para continuar suas operações. Na prática, essa lei passa uma espécie de pente-fino nas contas das empresas (inclusive nas suas subsidiárias). Adotá-la exige uma série de controles e cria até uma certa burocracia . O problema é que nem esses controles rígidos podem garantir que uma empresa -- e TODOS os seus funcionários -- cumpram as regras" e "se esse esquema for realmente comprovado, como será possível explicar que a matriz não soubesse de nada?" .
Prenderam os presidentes da América do Sul (um capo italiano?) e da filial-Brasil, mas, dificilmente, eles seriam os únicos a participar da trama. A Cisco, como empresa de renome mundialmente conhecido na área de telecomunicações, usou artifícios para baratear o custo de seus produtos e serviços prestados a diversos clientes. E os seus compradores são santos? Nem de longe! Deviam saber das falcatruas, até mesmo pelo valor menor que pagavam pelos préstimos em relação aos praticados pelos concorrentes da sua fornecedora. Mas não há nenhuma irregularidade nisso. É a lei do mercado, quem oferece preços mais acessíveis fica com a conta. Beneficiaram-se apenas, mesmo que desconfiados...
O que leva à maior desconfiança é o fato de que as investigações venham sendo feitas há, pelo menos, dois anos. E só vieram à tôna por uma denúncia de um (ex-?) funcionário. Ora, será que esta prática é exclusividade dos americanos? Quais seriam seus concorrentes. Quem deve estar rindo são os chineses da Huawei, que entraram firme neste mercado. Máfia por máfia... onde estará trabalhando agora o tal funcionário dedo-duro?
Resta saber como vão se posicionar a matriz e os seus acionistas "investidores". Práticas ilícitas não são bem vistas pelos fundos milionários que aplicam o dinheiro de seus quotistas. Haverá uma venda maciça de ativos da companhia? Os americanos, que impõem rígidas normas de controle em seu território, não serão complacentes com o ocorrido aqui? Ou vão relevar o grave episódio com a desculpa de que no Brasil a corrupção está institucionalizada? Se fosse lá...
Muitas perguntas e um gráfico da CSCO-NYSE em Wall Street para espelhar o comportamento das suas cotações... por enquanto, tudo parece dentro da maior normalidade! The Kids Are All Rigth!!! ;-)
Mas como disse muito bem a Cris Correa, em seu blog Por Dentro das Empresas, "no início desta década, escândalos contábeis envolvendo empresas como Enron e Worldcom provocaram uma profunda mudança na fiscalização das companhias americanas. As empresas abertas tiveram de se adaptar a uma nova Lei, a Sarbanes-Oxley, para continuar suas operações. Na prática, essa lei passa uma espécie de pente-fino nas contas das empresas (inclusive nas suas subsidiárias). Adotá-la exige uma série de controles e cria até uma certa burocracia . O problema é que nem esses controles rígidos podem garantir que uma empresa -- e TODOS os seus funcionários -- cumpram as regras" e "se esse esquema for realmente comprovado, como será possível explicar que a matriz não soubesse de nada?" .
Prenderam os presidentes da América do Sul (um capo italiano?) e da filial-Brasil, mas, dificilmente, eles seriam os únicos a participar da trama. A Cisco, como empresa de renome mundialmente conhecido na área de telecomunicações, usou artifícios para baratear o custo de seus produtos e serviços prestados a diversos clientes. E os seus compradores são santos? Nem de longe! Deviam saber das falcatruas, até mesmo pelo valor menor que pagavam pelos préstimos em relação aos praticados pelos concorrentes da sua fornecedora. Mas não há nenhuma irregularidade nisso. É a lei do mercado, quem oferece preços mais acessíveis fica com a conta. Beneficiaram-se apenas, mesmo que desconfiados...
O que leva à maior desconfiança é o fato de que as investigações venham sendo feitas há, pelo menos, dois anos. E só vieram à tôna por uma denúncia de um (ex-?) funcionário. Ora, será que esta prática é exclusividade dos americanos? Quais seriam seus concorrentes. Quem deve estar rindo são os chineses da Huawei, que entraram firme neste mercado. Máfia por máfia... onde estará trabalhando agora o tal funcionário dedo-duro?
Resta saber como vão se posicionar a matriz e os seus acionistas "investidores". Práticas ilícitas não são bem vistas pelos fundos milionários que aplicam o dinheiro de seus quotistas. Haverá uma venda maciça de ativos da companhia? Os americanos, que impõem rígidas normas de controle em seu território, não serão complacentes com o ocorrido aqui? Ou vão relevar o grave episódio com a desculpa de que no Brasil a corrupção está institucionalizada? Se fosse lá...
Muitas perguntas e um gráfico da CSCO-NYSE em Wall Street para espelhar o comportamento das suas cotações... por enquanto, tudo parece dentro da maior normalidade! The Kids Are All Rigth!!! ;-)
3 comentários:
Fala Marcio,
Eu atuo nesse setor (comércio exterior) e conheço a empresa.
Essa operação toda é apenas uma grande fachada.
Empresas modernas, são hoje em dia gestoras de suas marcas, e terceirizam praticamente tudo: produção, vendas, distribuição, etc., controlando apenas o marketing e conseqüentemente a marca.
Nesse caso é isso que acontece, os produtos são importados diretamente pelos distribuidores, sem interferência da empresa.
Imagine por exemplo a situação da Nike que já há mais de 10 anos, sequer fabrica um único par de tênis. Só gerencia a marca.
Infelizmente, nosso governo não entende dessas coisas e promove essas caças-as-bruxas.
Enquanto isso a 25 de março, mesmo com uma ou outra apreensão, abre todo dia lotada de mercadorias contrabandeadas.
A diferença é que lá não dá mais IBOPE.
[]'s
DrFox
Valeu Fox!
Bom esclarecimento, isso acontece mesmo. Mas no caso específico, esse esquema já existia, e deve ter sido implantado desde o tempo em que o Carnevalli era presidente da filial aqui no Brasil. Depois que ficou com a AL a coisa ainda ganhou outra proporção, segundo pessoas de "dentro" do ramo telecom. Deve ter intermediário no lance, com certeza. e os concorrentes dando risadas...
Pelo que me passaram, todos já sabiam destas práticas, mas sempre surgem fatos novos e outros envolvidos.
Mas o que é aquela 25 de março... incrível mesmo! Molham a mão de uns e outros e a coisa continua. Uma vergonha.
Obrigado pela colaboração! ;-)
Abs ^v^
Mais sobre a Cisco
Ontem conversei com um diretor de uma empresa instalada no Brasil que recentemente trocou todos os equipamentos de telefonia de seu escritório por Cisco. Ele me disse que na época o processo de importação parecia tão enroscado que ele preferiu comprar tudo direto dos Estados Unidos. Detalhe: segundo ele, importando diretamente da Cisco nos Estados Unidos o preço foi praticamente igual ao que ele pagaria usando a Cisco brasileira. Ou seja: se a operação brasileira estava realmente fazendo uma ginástica para driblar a carga tributária, essa "vantagem" não chegava aos clientes e nem estava sendo usada para tornar a empresa mais "competitiva"...
Aliás, os clientes da Cisco no Brasil estão bastante preocupados com o futuro da operação. "Tenho medo de a empresa agora encolhe e acabar comprometendo o atendimento e a assistência técnica", disse hoje o presidente de uma empresa que há pouco tempo comprou produtos da Cisco.
Cris Correa
http://portalexame.abril.com.br/blogs/cristianecorrea/listar1.shtml
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