Quem olhava para a Kepler Weber em junho de 2007 – quando entrou na Justiça com um pedido de recuperação – não imaginaria que em menos de quatro meses a fabricante de silos estaria prestes a se refazer das cinzas. Depois de anunciar, na semana passada, que emitirá R$ 140 milhões em debêntures conversíveis em ações ordinárias, a Assembléia Geral da empresa homologou na manhã desta segunda-feira o pedido para aumentar o capital social da companhia.
O capital passará a ser de R$ 416,2 milhões com o aporte dos acionistas e credores – o equivalente a mais de 1,1 trilhão de ações. “A reestruturação financeira está dando fôlego para a empresa. A decisão que eles tomaram era a única saída”, comenta Ivanor Torres, analista da Corretora Geral. A empresa, que acumulava uma dívida de R$ 400 milhões, agora, tem o capital diluído. Os cerca de dez bancos credores da Kepler transformaram dívida em capital e, juntos, passaram a deter 22,8% do capital total da companhia. O Banco do Brasil e o Previ ficaram com 19,3% do total cada um. O Serpros reduziu para 12,3% e Aerus para 1,5%. “A lição de casa está sendo feita. Esperamos que a empresa venha a mercado mostrar a nova Kepler Weber”, manifesta-se Torres, em referência à falta de transparência da empresa em relação às suas contas.
A Kepler Weber não tem como concorrentes nenhuma companhia de capital aberto na Bovespa e, até 2005 – quando os negócios começaram a operar no negativo -, era líder do mercado de silos e armazenagem. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a safra deste ano bata os 133,3 milhões de toneladas – o que sinaliza um forte movimento do agronegócio brasileiro. “Eles vão ter que armazenar parte disso em algum lugar. A Kepler Weber está muito bem posicionada no mercado e o momento é muito bom para uma recuperação”, aposta Torres.
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