Ontem fui ao cinema assistir "A grande aposta"... o título original em inglês faz um trocadilho (The big short... ao invés de "shot" = tiro), no sentido de que alguns poucos visionários, jogando contra a tendência, resolveram apostar na queda - indo além, na QUEBRA - do mercado imobiliário americano. Daí o termo "short", que significa "operar vendido".
A história é real, apesar de algumas doses de ficção, inclusive declaradas durante o desenrolar da trama. Mesmo assim, tudo é facilmente compreensível para os que não são profissionais de mercado, ou pouco familiarizados com o funcionamento no mundo dos investimentos. Recomendo a todos, como uma maneira de entender a mecânica do sistema financeiro.
Uma enorme fraude, um meio manipulado, movido por dinheiro virtual, influenciado por questionáveis agências de avaliação de risco, "players" inescrupulosos, banqueiros "selvagens", onde tudo gira em torno do lucro... deles, obviamente, em detrimento dos prejuízos de pequenos investidores, da desgraça de pessoas comuns que não têm conhecimento sobre como proteger seus bens, de gente que depende do emprego, que não faz reserva de capital, e corre o risco de ser demitida sumariamente a qualquer momento, perdendo a maior fonte de recursos, de incautos que compram bens financiados sem noção do quanto pagam em juros!
Como entretenimento o filme é um bom programa, de certo modo até educativo. Quem viveu a crise das "subprimes", que causaram perdas de incontáveis propriedades retomadas pela inadimplência das hipotecas, vai perceber como tudo aconteceu nos EUA. E pela experiência vivida por pobres coitados seduzidos pelo sonho da casa própria, sem possuírem, entretanto, lastro para alavancagem do patrimônio, é possível projetar o que será do Brasil em um futuro próximo, caso esta mesmo política monetária seja mantida por mais alguns anos.
É totalmente insustentável a economia de um país onde os gastos públicos, despesas com pessoal, custeio da máquina, e aposentadorias do funcionalismo consumam a maior parte da riqueza produzida. Então... por que falo isso? Pelo que estudei durante muito tempo, pelo histórico que vivenciei por anos, compartilhando pesquisas, oferecendo suporte técnico, promovendo cursos e treinamentos financeiros, contribuindo para que vários amigos defendessem seu dinheiro da crise que se anunciava antes mesmo de 2008, quando a bolsa bateu suas máximas. Mas ninguém está livre de perdas, inclusive os ferreiros que têm em casa espetos de pau!
Pois é... faz tempo que não publico aqui, a frequência foi diminuindo pelo desânimo. Uma ação da Petrobras cotada abaixo de R$6, o Ibovespa de volta à casa dos 30 mil pontos... basta consultar as postagens mais antigas desse blog para atestar tudo. Os registros são as provas materiais do que estou escrevendo... uma busca nos posts das páginas anteriores pode ser surpreendente.
Até a próxima, quem sabe ano que vem as coisas melhorem! ^v^