Plus500

28.11.11

Bright Black Friday


Se existe uma comemoração yankee que eu acho legal é o Thanksgiving. Para um país que procura refazer sua identidade e não possui um elevado padrão cultural, o povo americano anda carente de motivos para ficar feliz. Mas esse dia de Ação de Graças ainda desperta no íntimo de cada cidadão um sentimento de confraternização e solidariedade. Quem paga a conta é o peru, que morre de véspera, sacrificado para servir à boa mesa, e saciar o apetite das famílias tão penalizadas com a crise econômica.


Um expressivo resultado na queima de estoques dessa 6ª feira (Black Friday) depois do feriado nos EUA costuma ser um termômetro do que o comércio pode faturar com o Natal, a melhor de todas as datas em volume de vendas. Onde os gastos dos consumidores respondem por 2/3 do PIB, uma movimentação positiva neste segmento influencia diretamente os mercados. E foi o que se viu... um alento.

Junte a isso uma expectativa de que os países do Euro finalmente se acertem e os bancos centrais arranjem uma fórmula para manter a comunidade em torno da moeda única, apesar de todas suas diferenças.

No Brasil as coisas sempre parecem melhores (???), mesmo com os ministros sendo flagrados em atos contra o erário. Mas são todos indestrutíveis, não se entregam nem à bala, carregam dinheiro nas meias, cuecas, guardam em colchões, garagens, andam de helicóptero e aviões... e o país afirma que pode manter um ritmo de crescimento na faixa de 3,5% em 2012.

A "mancha" em Brasília talvez seja ainda maior do que a do último vazamento de óleo na Bacia de Campos. Será que os estados "não-produtores" - que tanto querem se beneficiar dos royalties - vão entrar no rachuncho dos prejuízos (naturais e financeiros) do Rio de Janeiro? Olha, na imagem de um satélite da NASA abaixo, o tamanho do problema que a Chevron nos arrumou.


Enquanto nos EUA a economia é aquecida pelos gastos consumidor, aqui ela é movimentada às custas do povo. Haja impostos, gastos injustificados e desvios de verbas para sustentar essa farra!

Enfim, se a tendência é de alta, bom estar comprado; se é baixa, ficar vendido; e com mercado de lado, o melhor a fazer é se preservar. Independente do produto que se esteja operando.

Ainda bem que o mercado não se restringe à renda variável... pior para os que vivem exclusivamente de bolsa, sorte dos que vivem desses aí. Comprando e/ou vendendo, as corretagens estão garantidas, as devoluções também, então fica sendo muito conveniente sugerir uma nova carteira "recomendada" a cada mês.

Procure o seu gerente... mas é bom já saber antes o que você quer que ele faça com os seus investimentos! E vamos para mais um respiro... que o espírito de fim de ano ilumine o coração de todos.

10.11.11

As ruínas do berço da civilização


A estabilidade do euro continua seriamente ameaçada com a situação econômica da Grécia e Itália (sem falar em Irlanda, Espanha, Portugal...), e os reflexos se estendem por todo mundo globalizado. Mas o buraco é mais embaixo. Adaptando o ditado: sempre foi difícil agradar a gregos e "romanos", não seria agora com "Paparoulas" e "Berluscornos" da vida que a coisa iria funcionar direito.


Até a nata está em polvorosa, com Obama e Sarkozy sendo flagrados pela escuta de um microfone supostamente desligado quando falavam mal do premier de Israel, Benjamin Netanyahu, que anda louco (literalmente) para atacar as bases nucleares do Irã, enquanto este país continua enriquecendo urânio, sabe-se lá para que fins. Ahmadinejah deve ser o próximo a cair. Mas quem está livre disso?

As bolsas que não são... embora no Brasil, onde tudo pode acontecer, a Bovespa que já vinha ensaiando uma recuperação, insiste em destoar (mas não descolar) do mundo civilizado. Sim, porque aqui não tem essa de "moeda podre", dívidas impagáveis, os políticos são honestos...

Se até o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, considerada a maior favela da América Latina, foi preso ontem enquanto fugia escondido na mala de um carro, escoltado por policiais civis e militares, conduzido por advogados e um funcionário do consulado do Congo (???) que chegou a alegar imunidade diplomática para não ser revistado, isto pode ser considerado um sinal de mudança dos tempos.

Sabe com quem está falando? Pois é, o povo ainda não sabe votar, e precisa urgentemente aprender a arte de se mobilizar. Não adianta pedir pelos estudantes baderneiros da USP, UNB, fazer passeatas contra a corrupção, marchas pela liberação de drogas ou por opções sexuais distintas. Tudo é uma questão de poder!

Mas será que ministro do trabalho só deixa o cargo abatido por balas de canhão? Disso - e de Halloween - a presidenta (sic) entende muito bem... que o diga o ex-indestrutível responsável pela pasta dos esportes. Chega mais, quem é o próximo da fila? Vamos esperar pela reforma do governo.

Política é um assunto podre, apesar da boa atuação (que grata surpresa) do Romário na câmara. Ele pode ainda não ser como deputado o craque que foi na grande área, mas ainda assim parece um arauto dos bons costumes. Fala Baixinho, é melhor ter a língua presa do que o rabo. O resto dos parlamentares querem é dinheiro e aparecer.

Podem aparecer... como o (des)governador do Rio, que só aparece na boa, em viagens à Paris, jatos particulares, ou helicópteros na Bahia - dessa ele escapou! Agora resolveu mostrar as caras e gastar dinheiro público fazendo um escarcéu contra a perda nos royalties do petróleo pelo seu estado-produtor.

Sendo assim, viva os sobreviventes. E eu ainda acredito que o nosso país passe bem (apesar dos pesares) por mais esta etapa da crise mundial.