Se existe uma comemoração yankee que eu acho legal é o Thanksgiving. Para um país que procura refazer sua identidade e não possui um elevado padrão cultural, o povo americano anda carente de motivos para ficar feliz. Mas esse dia de Ação de Graças ainda desperta no íntimo de cada cidadão um sentimento de confraternização e solidariedade. Quem paga a conta é o peru, que morre de véspera, sacrificado para servir à boa mesa, e saciar o apetite das famílias tão penalizadas com a crise econômica.
Um expressivo resultado na queima de estoques dessa 6ª feira (Black Friday) depois do feriado nos EUA costuma ser um termômetro do que o comércio pode faturar com o Natal, a melhor de todas as datas em volume de vendas. Onde os gastos dos consumidores respondem por 2/3 do PIB, uma movimentação positiva neste segmento influencia diretamente os mercados. E foi o que se viu... um alento.
Junte a isso uma expectativa de que os países do Euro finalmente se acertem e os bancos centrais arranjem uma fórmula para manter a comunidade em torno da moeda única, apesar de todas suas diferenças.
No Brasil as coisas sempre parecem melhores (???), mesmo com os ministros sendo flagrados em atos contra o erário. Mas são todos indestrutíveis, não se entregam nem à bala, carregam dinheiro nas meias, cuecas, guardam em colchões, garagens, andam de helicóptero e aviões... e o país afirma que pode manter um ritmo de crescimento na faixa de 3,5% em 2012.
A "mancha" em Brasília talvez seja ainda maior do que a do último vazamento de óleo na Bacia de Campos. Será que os estados "não-produtores" - que tanto querem se beneficiar dos royalties - vão entrar no rachuncho dos prejuízos (naturais e financeiros) do Rio de Janeiro? Olha, na imagem de um satélite da NASA abaixo, o tamanho do problema que a Chevron nos arrumou.
Enquanto nos EUA a economia é aquecida pelos gastos consumidor, aqui ela é movimentada às custas do povo. Haja impostos, gastos injustificados e desvios de verbas para sustentar essa farra!
Enfim, se a tendência é de alta, bom estar comprado; se é baixa, ficar vendido; e com mercado de lado, o melhor a fazer é se preservar. Independente do produto que se esteja operando.
Ainda bem que o mercado não se restringe à renda variável... pior para os que vivem exclusivamente de bolsa, sorte dos que vivem desses aí. Comprando e/ou vendendo, as corretagens estão garantidas, as devoluções também, então fica sendo muito conveniente sugerir uma nova carteira "recomendada" a cada mês.
Procure o seu gerente... mas é bom já saber antes o que você quer que ele faça com os seus investimentos! E vamos para mais um respiro... que o espírito de fim de ano ilumine o coração de todos.