Repercutindo texto de Joao Paulo Oliveira sobre matéria do Jornal Nacional
"Acabei de ver a reportagem no jornal Nacional sobre bitcoins. Uma coisa que me chama atenção na matéria é o uso do termo 'moeda virtual'. Primeiro, bitcoin não é moeda, o uso desse termo remete a uma ideia equivocada sobre a tecnologia e seu uso. Bitcoin não é moeda nem pelo ponto de vista econômico e nem legal. Bitcoin é um ativo não-financeiro, tal qual um carro, um terreno ou uma saca de soja. Segundo, o uso do termo 'virtual'. Bitcoins não são virtuais, Real e dólar que são dinheiros virtuais, no sentido que não existe nada real que garanta o valor deles, e são meramente uma virtualização de poder de compra criada por bancos centrais. Créditos bancários virtualizam ainda mais a base monetária (e a economia) em cima de um dinheiro já virtual. Derivativos, futuros e outros instrumentos financeiros exponencializam a virtualização do sistema financeiro. Já bitcoins não são virtuais, eles existem tanto quanto grãos de milho ou de café. São contáveis e residem em registros imutáveis e indeléveis no blockchain, ainda que essa existência permaneça somente sob a forma digital. Porém, digital é diferente de virtual. Então, o mais correto ao invés chamar bitcoin de moeda virtual, seria chamar de ativo digital, bem vindo a nova classe de ativos! Os ativos digitais.""
Segue a matéria do JN:
10.12.17
Gráfico BTC
Que análise técnica pode ser feita a partir desse gráfico? O canal de tendência primária (A) foi rompido em novembro, gerando uma nova linha de tendência de alta - LTA -secundária (B), sendo novamente extrapolado registrando máximas históricas na cotação do ativo. Houve uma rejeição de preço nos dois últimos candles, mas com a abertura dos negócios com contratos futuros nas bolsas de Chicago a própria banda superior do canal está oferecendo suporte. Vamos acompanhar os desdobramentos dos mercados na CBOE e observar como será a atuação dos players.
Via www.facebook.com/monitorinvestimentos
https://bitcoincharts.com/charts/bitstampUSD
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Bitcoins
Agora o mercado de ativos digitais vai começar a ser levado a sério, mesmo antes da completa regulamentação dos negócios com criptomoedas, as bolsas CBOE e CME de Chicago passarão a negociar seus contratos futuros. Se por um lado cria mecanismos de proteção e defesa para os detentores dos recursos, também vai permitir a alavancagem e a venda descoberta especulativa mediante garantias em margem, o que pode gerar um volume financeiro incalculável. Resta esperar para ver como as cotações irão se comportar da abertura dos negócios em diante.
Veja a matéria:
Com incertezas, bitcoin estreia neste domingo no mercado futuro dos EUA. Operação no mercado futuro pode proteger empresas que usam a criptomoeda de grandes oscilações
O bitcoin estreia neste domingo no mercado futuro dos Estados Unidos, em uma nova irrupção nos círculos financeiros que se espera que proteja essa criptomoeda das oscilações bruscas que está registrando nos últimos dias.
Os contratos futuros em bitcoins começarão a ser oferecidos às 21h (de Brasília) de domingo no mercado de Chicago CBOE, embora o primeiro dia de operações nessa plataforma seja apenas na segunda-feira, quando será possível medir a performance inicial desse lançamento.
Além disso, até 18 de dezembro espera-se que comece a operar na maior plataforma mundial de troca de derivados, a CME, também com sede em Chicago, e no ano que vem o bitcoin deve desembarcar no mercado futuro do Nasdaq.
"Dado o interesse sem precedentes no bitcoin, é vital que forneçamos a nossos clientes as ferramentas de mercado que lhes permitam expressar seus pontos de vista e cobrir sua exposição", declarou o presidente da CBOE, Ed Tilly.
O bitcoin, que começou a operar em 2009 e foi criado por uma pessoa ou um grupo sob o nome de Satoshi Nakamoto, está sendo recebido com receio nos Estados Unidos, mas também com certa resignação.
Os principais impulsores neste país desta criptomoeda são os irmãos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss, que disputaram com Mark Zuckerberg a ideia original do Facebook e que acumularam mais de US$ 1 bilhão em bitcoins.
A decisão adotada pelo mercado de futuros CBOE, e a mais importante que o CME protagonizará uma semana depois, representa um passo fundamental para que o bitcoin alcance reconhecimento nos mercados financeiros mais importantes, de acordo com os analistas.
"É uma legitimação do bitcoin como um tipo de ativo", declarou Daniel Masters, presidente da empresa de investimento Global Advisor, que tem já um fundo de investimento nessa criptomoeda.
As operações de futuro de bitcoins, segundo os especialistas, permitirá às empresas financeiras que operem com essa moeda virtual proteger-se para além das oscilações bruscas na cotação dessa moeda.
O lançamento do bitcoin no mercado futuro dos Estados Unidos acontece em meio a um forte aumento no valor da moeda virtual: em 1º de janeiro deste ano o bitcoin era cotado a US$ 996, enquanto nesta sexta-feira alcançou o valor de US$ 15.600.
Essa valorização aconteceu apesar dos temores de que as transações em bitcoins escondam operações em massa de lavagem de dinheiro ou sirvam a países ou pessoas que estão sendo alvo de sanções econômicas dos Estados Unidos.
Mas o debate gerado pela criptomoeda lhe gerou propaganda gratuita e impulsionou seu valor graças à demanda, e por isso os mercados financeiros americanos sabem que têm que fazer alguma coisa para assimilar esse fenômeno.
"Reconhecemos que o bitcoin é um mercado novo e não explorado que continuará evoluindo", afirmou Terry Duffy, presidente da CME.
A moeda virtual tem seus fiéis, mas também seus inimigos, e um deles é Jamie Dimon, diretor do principal grupo bancário americano, JP Morgan Chase, que chegou a qualificar esse instrumento como uma "fraude" e disse que em algum momento "explodirá".
Outro crítico é o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Alan Greenspan, que na quarta-feira comparou essa moeda com as usadas durante a época colonial nos Estados Unidos e terminaram valendo nada.
"Os seres humanos compram todo tipo de coisas que não têm nenhum valor", afirmou Greenspan em uma entrevista à emissora "CNBC". "As pessoas apostam nos clubes apesar de todas as probabilidades contrárias", completou.
https://oglobo.globo.com/economia/com-incertezas-bitcoin-estreia-neste-domingo-no-mercado-futuro-dos-eua-22173411
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