28.1.20
Segue o baile
Com o Brasil abrindo novas fronteiras econômicas no Fórum de Davos, Paulo Guedes atraindo a atenção dos investidores internacionais, o Presidente fechando importantes e lucrativos acordos comerciais com novos parceiros, bolsa beirando os 120 mil pontos, tudo indicando que a tendência de alta continua firme, as cotas dos fundos imobiliários não param de subir, opa!
Uma sopa de morcego em feira popular na China disseminou um problema que ainda não teve suas proporções dimensionadas. Entre a ignorância do que realmente acontece, e o pânico causado pelo medo das piores consequências, a gangorra do mercado tinha que pender para o outro lado.
Talvez, se não fosse o risco de uma epidemia global - já se falou até em plano de redução populacional, algum outro motivo qualquer poderia ser suficiente para segurar o ímpeto do bull market. Não se trata de gráficos ou análise fundamentalista, de teorias conspiratórias, o próprio acaso, a ação do homem, ou desígnios da natureza.
A verdade é que o Brasil não tem como se descolar do fluxo econômico mundial, o câmbio é perverso, e a possibilidade de isolar um dos maiores players do tabuleiro comercial afeta qualquer expectativa futura que já não vinha sendo muito auspiciosa no contexto macro, considerando também a estagnação da Europa e seus problemas migratórios.
A questão política americana e o fantasma, sempre alimentado pela mídia incendiária, de uma nova guerra mundial, com conflitos pontuais se intensificando, podem criar a faísca necessária para detonar o barril de pólvora. Mas tudo será muito menos do que conclamam os profetas do apocalipse. É com tempo ruim que se destacam os melhores navegantes.
Mercado é mercado há muitos anos. Oferta e procura. Euforia e pânico. Tem que subir, precisa cair, impossível prever seus movimentos. Bem sucedido é o investidor que consegue ajustar suas posições em tempo, mas, acima disso, mantém sempre uma estratégia consistente e flexível diante os solavancos habituais, usando os momentos de maior volatilidade para aproveitar as chances de potencializar seus ganhos e apropriar os lucros.
Afinal, o dinheiro só é nosso quando está no bolso. Enquanto estiver no risco é apenas valor contábil.
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