Confesso que acreditava nisso tudo há 1 ano atrás. Em março do ano passado - como relatei no texto antigo que trancrevi em recente comentário - eu já prenunciava um cenário parecido com este que estamos vendo. Olhem acima o gráfico LOG do Ibovespa no longo prazo.
Para quem não leu, vou republicar aqui:
Espero que todos estejam sobrevivendo bem a estes eventos. Eu tenho ficado bastante envolvido com alguns projetos, minhas operações e ainda dando acompanhamento (mesmo esporádico) ao blog, sobrando pouco tempo para compartilhar as impressões do mercado.
Muitos traders conhecidos passaram aperto nesta semana... depois do fato ocorrido parece fácil comentar. Mas não era para pegar a turma de surpresa, apesar da magnitude do movimento e os efeitos colaterais da volatilidade.
A leitura que vinha sendo feito indicava esta possibilidade: aumento do índice de papéis alugados, diminuição do saldo de posições compradas em contratos futuros por estrangeiros na BM&F (enquanto os institucionais nacionais dominavam a ponta de venda), tudo reforçava a idéia de um mercado demasiadamente maduro para o tamanho da liquidez mundial. O galho estava balançando...
Faltava um motivo: Mr.G foi o primeiro a pronunciar-se, antecipando a gravidade dos problemas que a economia americana pode ter com a desaceleração do crescimento - falou em recessão com todas as letras. Depois, o Bernanke, seu substituto no FED (que está para o Greenspan assim como o Bush para o Clinton), veio tentar acalmar os mercados. Mas não tem a mesma firmeza de seu antecessor. E a desconfiança...
Poderia ter sido pela questão nuclear do Irã... um ataque terrorista de maiores proporções (o vice escapou por pouco), algum fato realmente marcante para impulsionar as realizações.. mas o tombo veio da China, arrastando todo o resto da Ásia, balançando a Europa e refletindo na América... não foi apenas um "negócio da China" - vamos esperar o encontro anual da Assembléia do Povo.
As grandes bancas mundiais estavam vendidas com toda a certeza! E nós, continuamos acreditando nos nossos pilares - afinal, U$100 BI em reservas fazem uma boa blindagem. O Copom, sempre muito comedido, teve confirmadas suas premissas. Mas mudaram o diretor conservador e monetarista do BC... e os juros vão cair, por isso, em maior magnitude? Vamos ver! Neste próxima reunião parece improvável, até para não sugerir pressões do governo. E este PIB divulgado... ainda tem o problema do dolar. Com o Real valorizadíssimo, pagam os exportadores, e o crescimento fica amarrado!
Pessoal, as bolsas podem operar em duas tendências (vamos desconsiderar, por simplicidade, quando fica lateral). É importante saber atuar em qualquer condição. O lançamento do POP poderia ter sido uma "dica" para os investidores. O momento é de aprender a trabalhar nas 2 pontas, sob o risco de quem só faz comprar, tornar-se espectador do mercado. Ou ficar pagando estope em posições que poderiam ter sido vencedoras. Lucro só existe no bolso!!!
Se já estamos definitivamente BEARS (sempre haverá repiques) ainda não dá para afirmar, mas é melhor ficarmos preparados. Afinal, o objetivo é constituir patrimônio e remunerar o capital. Para isso, também é necessário saber como defender seus ativos!
Nada de pânico, assim como euforia demais atrapalha! A hora é de desenvolvermos a técnica e utilizarmos todas as ferramentas disponíveis. Cautela para entrar e agilidade para sair!
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Então, eu errei no timing, não nas estratégias. Com certeza deixei de ganhar muito mais por ter sido conservador em excesso, reduzindo o percentual da carteira em risco, duvidando que esticariam tanto o mercado. Nestes 12 meses, o DJ foi até 14k e o IBOV foi acima de 66.000 pontos. E eu, sem reclamar, optei por trabalhar mais no curto prazo.
Reparem que o texto do link tem suas particularidades (como o caso da China, o perigo de uma guerra no Irã, o POP - alguém lembra disso? - etc, mas não poderia ser mais atual nos conceitos abordados.
Não é uma frase feita, e sim uma filosofia operacional:
"O importante é estar sempre preparado"
Mas fico em dúvida se o resultado de um buy-and-hold simples durante este tempo seria assim tão maior do que minhas estratégias de CP, operando nas 2 pontas. Alguma coisa eu ainda carreguei (e continuo guardando) como as Petros, Cesps e outras coisinhas a mais. Só que realizei lucros, diminui custos, e brinquei muito com a volatilidade das opções. Fora os sustos pelo meio do caminho... em maio/2006 a bolsa caiu de 42 para 32 mil pontos, em fevereiro de 2007 de 46 para 41.000, em julho veio de 58k para 45, e ainda agora em dezembro passado ela veio de 66 para 54k. Vai somando tudo isso em percentuais.
No final das contas o que vale é o saldo da conta.
Humildemente, digo que foi mais um ano de aprendizado... poderia ter sido melhor, mas não tenho do que me arrepender!
E ficar olhando para trás, só traz experiência, o que vai ajudar daqui para frente é como vamos nos comportar diante do novo panorama do mercado (que nem é tão novo assim, rs).
Podemos estar errados novamente, os EUA resolverem seus problemas e as bolsas mundiais entrarem em novo período de prosperidade? Sim!
Mas quem estiver bem preparado vai conseguir sobreviver em qualquer condição (aproveitando o sobe-e-desce da volatilidade operando nas 2 pontas), e, no meu caso, obter ganhos acima da RF consistentemente continuará sendo minha meta!
Abs ^v^