Ontem, por mero acaso, diria até
en passant, assisti a um trecho de um programa na Globo News chamado
Espaço Aberto versando sobre o tema "Ciência e Tecnologia".
Uma reportagem muito boa, transparente e demonstrando isenção, com vários professores e pesquisadores envolvidos no projeto sendo entrevistados e compartilhando suas opiniões - verdadeiras aulas, altamente esclarecedoras no que diz respeito às dificuldades que a Petrobras, ou seja lá quem for se aventurar por estas searas, irá encontrar para tornar viável o sonho do país auto-suficiente, quiçá exportador de óleo.
Como não sou especialista no assunto, apesar de bastante interessado e de conversar quando tenho oportunidade com meu cunhado, geólogo, funcionário concursado e de carreira da Petrobras - atualmente morando no exterior como responsável na estatal pela área de prospecção no Caribe - percebo que até chegarmos ao ponto de comercialização da commodity extraída das profundezas (além delas, da camada abaixo do sal) muito estudo, dinheiro e tempo serão gastos.
Não existe ainda tecnologia, muito menos mão-de-obra qualificada para esta empreitada. E pior, sofremos com a perda de profissionais gabaritados, que, quando enviados em missão ao estrangeiro, são invariavelmente cooptados a migrar para multinacionais concorrentes de outros países.
Bem, sugiro, a quem puder, que tente ver uma outra reapresentação do programa, de certa forma até investigativo. Chamou-me a atenção o que foi declarado por um dos participantes da pesquisa quanto aos custos de perfuração, extração e transporte do óleo bruto para a continente - somam números estartosféricos, que praticamente tornam inviável a comercialização do óleo com o preço do barril abaixo de U$70. Geólogos e geofísicos, ainda buscam uma fórmula de penetrar na camada de pré-sal, manter os caminhos abertos (pois há uma tendência à rápida acomodação e retorno ao estado original, com bloqueio dos acessos) e introduzir dutos que resistam à pressão existente nestas profundidades (7km).
O mais interessante é que, desses estudos, outras descobertas em paralelo estão sendo feitas, considerando a possibilidade de aproveitamento da energia das marés e correntes marítimas, ocasionadas pelo indispensável mapeamento destes fenômenos naturais para dimensionamento nas estruturas das plataformas (verdadeiras "cidades-ilhas") e dos navios-plataformas. A coisa é muito mais complexa do que parece.
Se estão vendendo terrenos na lua ou ovos no interior da galinha, é tudo fruto da pressa e dos arroubos ufanistas de nossos governantes ávidos por promoverem o Brasil à condição potência energética. A história é impiedosa com bravatas, com quem fica atrasado, quer se antecipar demais, ou vai na contra-mão do progresso. Trazendo isto ao mercado, as ações da Petro, de tão depreciadas podem até voltar a subir , como rezam os gestores de fundos encarteirados no papel, mas, temos, como pequenos investidores, que avaliar tudo com extrema parcimônia!
Penso particularmente, e baseado no pouco que sei e vi, que deveríamos investir mais no fortalecimento de uma matriz energética alternativa, usando fontes limpas e renováveis, como o "embarreirado" biocombustível, a energia solar, a força dos ventos, das marés, tudo aquilo que abunda (ops) naturalmente em nossa tupiniquinsland.
Mas quem sou eu para achar alguma coisa. Afinal, o que eu acho não vale muito mesmo! Mas tem sempre algo além que os colaboradores do Monitor Financeiro enxergam na minha frente! ^v^
Teremos que andar por nossa conta. Andar...?
Mais provável que seja um outro dia modorrento para os mercados, apesar da alta na Ásia e Europa. Mas ninguém vai dar ação "de graça", apesar dos preços estarem ainda muito "baratos".
Dentro do mosaico que eu tinha desenhado há um tempo atrás, a coisa vem seguindo fielmente o script:
Tivemos um topo mais baixo, buscamos o fundo - que ficou pouco acima de 30k, vamos nos mantendo dentro do caixote (agora é de se esperar uma ida até a faixa de 40/42k), o Natal deve mesmo ser o mais triste dos últimos anos, e até uma retomada da tendência de alta isto ainda deve levar um bom tempo! Mas vai saber...?
A sexta-feira que segue ao feriado americano costuma ser um grande termômetro para as vendas de fim de ano. São promovidas "queimas de estoques" nos principais magazines com mega liquidações (mais ainda do que já estão fazendo) para atrair os agora contidos e descapitalizados consumidores, que, com dívidas e sem crédito, não vão poder recorrer ao uso do cartão.
Enfim, com os atentados em série na Índia (sem falar no estado de calamidade em Santa Catarina, depois de tantos dias de chuva) o dia mais parece ser o de Reação e Desgraças!
Não dá para se esperar muita coisa hoje... é até possível que o volume não passe de R$ 4 bi na Bovespa.
Enquanto isso a gente fica trocando idéias no Fórum MI...^v^