Plus500

10.12.12

PIB = Produto Interno Baixo

E como a falácia já era conhecida, a "marolinha" que vem devastando a economia global fez estragos ao nosso país. Enquanto a Europa entrou mesmo em recessão, com dois semestres de resultados negativos no seu crescimento (embora a expressão "crescimento negativo" pareça uma coisa surreal),  o Brasil continua patinando...

Não bastassem os escândalos políticos, de fazer inveja a qualquer tablóide sensacionalista inglês, agora até a conceituada revista britânica The Economist faz reportagem manifestando claramente uma "sugestão" à presidente Dilma, para demitir seu ministro da fazenda, e reformular toda  equipe econômica.

Tivemos, mais uma vez, um crescimento pífio, literalmente, "para inglês ver"... só que nem mesmo o povo do Reino Unido gostou do que viu. Foi usada uma estratégia de incentivar a população a consumir - mesmo que irresponsavelmente, a juros baixos e prestações a perder de vista (tão longas que nem os ingleses conseguem enxergar), em detrimento de fomentar a competitividade industrial.

Continuamos sendo o país das commodities, com o preço do minério em queda, na busca por alternativas mais sustentáveis para substituir o petróleo (enquanto o nosso continua enterrado nas profundezas do oceano), o que salvou foi a safra de grãos. A agropecuária, apesar do boicote - agora também dos japoneses - à nossa carne, foi o diferencial em todo este emaranhado de perdas. Mas o custo tem sido alto... além dos impostos que nos impõem a mais alta carga tributária, a derrubada de árvores com o desmatamento de florestas, o extermínio (genocídio) de civilizações indígenas, tudo para atender a ganância dos fazendeiros-grileiros, plantadores de soja e outros gêneros, ou mesmo criação extensiva de gado, está aniquilando nosso maior patrimônio: a produção abundante de ar. E ainda existem os projetos de hidrelétricas megalomaníacas, de certa forma essenciais para um país que não se planejou em termos de geração de energia (com tanta fonte alternativa disponível), tornando nossa matriz obsoleta e incapaz de abastecer as grandes cidades que se formam com o êxodo rural.

Mas como somos um país sempre voltado para trás, o que vem ocorrendo é um novo movimento no sentido inverso... o povo, massacrado pela falta de emprego nos grandes centros, esgotado pelo alto custo das metrópoles, vem retornando ao campo, em busca de melhor qualidade de vida... e promessas de ganhos na lavoura ou na exploração (ilegal?) de madeira, que podem ser armadilhas camufladas para um novo ciclo de trabalho escravo.

Concordo com o que li outro dia: os comentários da imprensa internacional sobre os rumos da economia brasileira, pondo um ponto final na fascinação causada no início de mandato pelo ex-PR (como é chamado pela sua suposta amante, a chefe de gabinete, que manda-em-tudo, indica amigos e parentes para cargos públicos, que falsifica documentos, e faz evasão de divisas em malas diplomáticas, além de colaborar com licitações manipuladas, vixe...), deveria nos preocupar e não irritar . E um pouco de humildade não faz mal a ninguém. Afinal dizer que a crise grave está na Europa, e não aqui, chega a ser risível. A crise aqui é na saúde, na educação, na ética, nos costumes exóticos, na exacerbação da exaltação a todo tipo de minoria, nas amizades comprometedoras na politica mundial. E a crise acaba sendo mais longa pela falta de humildade justamente por isso. Não vamos quebrar (?), temos robustas reservas e mercado interno, de vez que, se somos a oitava economia, devemos ser entre os cinco mais populosos. Mas estamos condenados à mediocridade, baixa qualidade, à corrupção e violência. Infelizmente temos muito a caminhar para chegarmos a uma Espanha, que mesmo combalida, tem cultura, educação e saúde. Estamos, sem dúvida, na contramão.

Infelizmente fazemos parte de uma nação jovem, de muita história, e pouca memória. Onde os políticos oferecem o novo, mas seguem com as velhas práticas de tempos imperiais. Acabam com empresas tradicionais que não servem de suporte a seus projetos, fazem privatizações suspeitas (embora necessárias), ou usam a estrutura das estatais em benefício próprio, aparelhando seus quadros e se apropriando diretamente de nossas riquezas. Não importa qual é o partido governante, o que vale é estar no poder... à qualquer preço. E essa conta vai ficando mais cara. Quem, um dia, vai pagar a fatura???





Um comentário:

Gabriel disse...

Seagull, estou querendo fazer contato com o BearNaked e vi que ele é um colaborador do seu blog. Por favor, me passe alguma forma para que eu posso entrar em contato.
Obrigado,
gabriel_la_motta@hotmail.com