Plus500

17.10.07

Milho brasileiro: a espera de competitividade

O mercado do milho encontra-se num bom momento em todo o mundo. No início do ano, o aumento da demanda pelo produto nos Estados Unidos – devido ao maior uso do grão para a produção de etanol – foi um dos indicativos do bom momento do mercado. Apesar de um aumento na produção norte-americana, grande parte da safra antes destinada à exportação ficou retida dentro do país para a manufatura do etanol. Devido à seca no velho continente, a Europa começou a comprar o produto brasileiro para atender à demanda. Ainda há o consumo interno chinês, que tende a inflar a importação do grão. As oportunidades estão por todos os lados.

Nesse caso, os agricultores brasileiros deveriam estar prontos para abocanhar uma fatia maior no mercado internacional. Mas na comparação com Estados Unidos e Argentina, o milho brasileiro é pouco competitivo. Apesar da boa qualidade do produto e dos custos fixos menores, a produtividade das lavouras brasileiras também é menor. “Nossa produtividade média é muito baixa, inferior à da Argentina e dos Estados Unidos”, pondera Jason de Oliveira Duarte, pesquisador de Socioeconomia da Embrapa. Nesse caso, nem o aumento dos preços dos grãos consegue elevar a competitividade do milho brasileiro, ainda mais numa situação de câmbio desfavorável. A solução, dizem os especialistas, passa pelo aumento da produtividade média das lavouras.

3 comentários:

Gabriela (Bia) disse...

Interessante.

Agora fiquei curiosa para saber sobre o mercado de soja.

O que você vê para o mercado de soja e farelo para este ano com a taxa do dólar diminuindo a margem de lucro dos exportadores brasileiros?

Gabriela (Bia) disse...

Ops, faltou dizer que o meu e-mail é mariagabrielapereira@gmail.com e meu blog é http://www.mercadoemalagueta.com

Seagull disse...

Oi Bia,

já conheço seu blog e gosto muito da forma que faz suas abordagens.

Com o real apreciado a coisa não fica mesmo boa para os nossos exportadores. E como do lado de cá da balança comercial temos, basicamente, itens primários, com o protecionismo dos EUA e UE, o sucesso do agrobusiness no Brasil dependeria mais de parcerias com outros emergentes e também de um maior consumo interno (haja fome-zero!)

Entretanto, está havendo uma diminuição na área destinada ao plantio de soja nos Estados Unidos, conforme estudos do USDA que indicam a tendência de deslocamento para o milho. Isto deve causar um aumento considerável nas cotações internacionais da soja (grão e farelo).

Mas com este câmbio, e a valorização dos preços no mercado interno, as margens para exportação ficam bastante penalizadas, apesar dos notáveis avanços na produtividade por hectare. O ideal seria construírem mais silos de armazenagem, e confirmarmos a vocação de "celeiro do mundo".

Espero ter ajudado na leitura do cenário, mas não há como ser totalmente conclusivo.

[]s

^v^