Plus500

24.10.07

Métodos e Histórias

Não há nada que inspire mais confiança em alguém do que aquilo que é falado com conhecimento de causa. A experiência não é apenas função do tempo em que ingressamos no mercado. A efetividade e envolvimento ao qual nos submetemos nesta lida, representa muito mais do que os anos que se passaram. O meu amigo CHRistian é que gosta destas histórias...

Mas eu quero antes falar de novo sobre as ferramentas. Muitos preferem os gráficos, outros só tomam decisões fundamentadas em números e no histórico das empresas, há quem diga que opera "apenas" baseado na matemática, ainda tem os seguidores de tendência que executam o que mandam seus trading-systems. O importante é encontrar um método que funcione. Pode até ser mais de um, desde que não sejam conflitantes e, de preferência, que não se apliquem simultaneamente. Quem ainda não encontrou seu método opera às cegas, e os que dizem possuir vários (muitos) métodos, talvez não tenha nenhum. É praticamente impossível ser bem sucedido na bolsa lutando contra participantes extremamente bem preparados. Não dá para fazermos de nós mesmos nossos maiores adversários! E o que falar dos grandes players, se nem sabemos quem eles são afinal?

No tempo das boletas manuscritas, os players tinham rostos. Executei muita ordem para o Nagi, Leo Kris, Alfredo Grumser, tanto pela mesa como diretamente no pregão. Ainda tinham os que operavam por outras pontas como Matias Macline, Pedro Conde, os (na época) operadores - depois donos - do Garantia, era uma loucura. Aliás, geralmente eles mandavam ordens por várias instituições ao mesmo tempo, não existia essa de cliente exclusivo. Dois telefones, um em cada ouvido e outro em cima da mesa de olho no que o "maestro" do time orientava a execução das ordens.

Sobre o Nahas, sua história ainda não foi totalmente elucidada. Muitos o têm como vilão, mas sua capacidade e talento são inegáveis. Que armaram para ele, não resta dúvida, embora, também, não tenha nada de santo. Seria como, analogamente, o Fernando Alonso na McLaren. Um dos melhores pilotos, com um dos melhores carros, não consegue ganhar campeonato se o Ron Dennis (dono da equipe) jogar contra... e ainda tinham os ingleses, Bernie e Max, que torciam descaradamente pelo novato e conterrâneo vindo das minorias raciais.

Quais são as forças do mal e do bem nesta pendenga? Para mim, o turco fez, simplesmente, o que todos (com seu peso e cacife) faziam, e acabou sendo vítima da própria grandeza. Seria hoje o maior acionista individual de Vale e Petro (precisa falar algo mais ?). Seu método era infalível (?) mas puxaram o tapete. Sempre pode acontecer o imponderável... o Kimi Raikonnen ficou com o troféu da temporada!

Voltando ao mercado... por incrível que pareça eu sabia o nome de todas as corretoras da bolsa apenas pelo número de seu registro. Coisas de garotos que tinham boa memória. Na corbele era pior, além de conhecer a maioria dos operador pessoalmente, quando chegava alguém novo bastava ler o número do crachá.

As telecomunicações eram pouco evoluídas mal se falava pelo aparelho sem fio. Imagina 150 corretoras, cada uma com pelo menos de cinco na equipe, tudo no mesmo recinto, e todos falando ao mesmo tempo! Haja interferência! Tinha auxiliar que ficava grudado na cabine da corretora com aquele fio longo do telefone fixo (do tipo preso na parede), todo enrolado, embolando uns com os outros, vestindo seus jalecos amarelos, desesperado tentando entrar "na roda" de apregoação para passar uma ordem ao operador. E aquela gritaria correndo solta. Era um tal de pescoço duro para segurar o fone com o ombro, às vezes dois, bloco de boleta na mão, caneta para assinar os negócios, e ainda fazendo gestos. Fechado!!!

Depois inventaram as gangues... pano rápido.

Hoje as bancas são gringas. Mesmo sem todo o dinheiro dos fundos bilionários - pelas restrições de ainda não sermos investment grade - "peitar" um Morgan Stanley da vida, Credit Suisse, Deutsche, é totalmente fora de cogitação. O melhor que podemos fazer é tentar irmos "na onda" junto com eles, como verdadeiros "beiradistas". Pelo menos, com o pregão eletrônico, mesmo sem saber quem são os reais comitentes, dá para perceber de onde estão vindo as ordens. Um olho no mapa das posições por corretora e outro no livro de ofertas pelo seu monitor. E mesmo assim eles nos dão um baile. Despista...


Um comentário:

Seagull disse...

Pode ser que aconteça, Mineiro... um dia!

mas acho pouco provável haja visto que a dinâmico nos mercados futuros é diferente. tomara que preservem o pregão viva-voz para sempre, não por saudosismo, mas pelo bem que faz às relações humanas, empregos gerados e, principalmente, como termômetro das negociações entre os participantes!


Quem não puder fazer uma visita ao rcinto, que solicite, ao menos uma vez, para o seu corretor ativar a "caixinha" do pregão no telefone.

A "disputa" na apregoação pelas melhore ofertas é muito interessante!

Abs ^v^