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12.1.07

A verdadeira história das opções do CASSINÃO111%

Bom-dia! gentem.

O alerta incontido contido numa mensagem abaixo induziu à lembrança da verdadeira história das opções no nosso já famoso CASSINÃO111%.

Nos fóruns, livros e descaminhos versando sobre o mercado e seu comparsa, o soberano, hehe, é comum ler-se histórias, fatos, citações - só faltam as citaopções, sic - correlacionando o jogo das opções com fatos sérios de outrora.

Não poupam nem a Biblia, referindo ao Livro de Gênesis e a passagem que dá conta de que Jacob fez um contrato do tipo opções, ora vejam, visando se casar com a filha mais nova de Laban, a simpática Rachel. Pra mim esse contrato aí tava lançado nos descobertos da cblc da época...

Não param aí. Recorrem também ao Thales - pra mim Tales foi um atacante do curintia, num foi não Danton? - célebre astrônomo e primeiro eminente filósofo grego (de filósofo só lembro do Sócrates, outro curintiano famoso) que se meteu a ser o pioneiro na especulação das opções, antecipando-se a alugar silos para abrigar azeitonas para vendê-las em tempos de azeitonas magras, porque outrora não havia vacas magras. Alugou, pintou e bordou e acabou vendo estrelas no dia do vencimento, a primeira terceira segunda-feira fatídica nos vencimentos famosos.

Cuidado, hein turma, hoje é sexta, véspera de vencimento, não venham vocês criar uma versão moderna, virtual e virulenta do chute do Thales, o grego que não entendia de gregas, lançando adoidados no mercado opçaozinhas de centavinhos, na certeza incerta de que virarão pó na segunda.

Falando em pó, um pó puxa outro, que termina em nova puxada... faltava algum evento histórico bem passado e famoso, que guardasse correlação com o bendito derivativo, que sempre termina em pó, pó-de-mico, para desgraça dos titulares que se vêem rotos pior que os reservas e renovadas alegrias dos vendedores descobertos, que apesar de descobertos ninguém até hoje descobriu quem são, se é que são ou só é.

Buscaram-no na Holanda, escarafunchando a história do ano de 1674, quando era comum a aristocracia, sempre ela, holandesa ficar vidrada numa Tulipa (gentem, cadê o Tulipa, aquele famoso forense?) e que ficava louca só de pensar que um dia poderia faltar a flor das flores, por isso compravam para a entrega futura, lançando mão de uma ferramenta semelhante ao pó atual, em que se passa a mão...

Esse é o lado romântico da versão da históira das opções, verdadeiro roteiro para filme, e nada tem a ver (alguns preferem ler "haver", podem fazê-lo à vontade, a escolha não tem nada a ver) com a realidade do nosso cassinão111%, direitos reservados pelo mico no INPB, Instituto Nacional de Propriedade de Bobagens.

A história das nossas opções pode ser buscada nos registros policiais da decada de 80, anos dourados e aloprados, quando os personagens que administravam as entidades do ramo se engalfinhavam com investidores componentes de poderosas bancas, que tinham por trás de sí banqueiros a lhes garantir condições especiais de crédito com a liquidação em d+0 operações que deveriam ser liquidadas financeiramente em d+5, criando-se assim condições desiguais entre os formadores de preço e apostadores privilegiados.

A bandalheira era tanta e tamanha que redundou na lamentável quebra da famosa, charmosa BVRJ - Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, levando consigo ao túmulo saudosas corretoras tradicionais cariocas. Uma pena.

Coisas de Cochabamba e cobras de desertos longiquos, najas perigosas e de longa vida.

Tudo isso por causa da misteriosa opção! O que é opção, afinal das contas? o que tem de bom e ou ruim para causar tanta celeuma, tantas celeuvárias, celudezenas.

Dizem ser o direito de comprar uma ação! Mas será que é direito definir assim esse direito?

Não, não é, e lhes mostrarei porque, fazendo um aparte de pequeno porte a partir desta parte.

São negociados em cada série a média de 3 bilhões, isso mesmo BILHÕES, 3, TRÊS, treis, 1 2 3, bilhõezinhos de opções. Como vocês não sabem, desses bilhões apenas cerca de 10 milhões são exercidos no vencimento.

Num sabiam, num é? pois é, só essa micharia aí de exercício e ainda tem nego que bota terror dizendo que vai haver corner e o escambau.

Então me digam se a definição correta não seria:

OPÇÃO É O DIREITO DE NÃO COMPRAR UMA AÇÃO.

Embora academicamente comporte ressalva, essa é a definição definitica que na verdade espelha melhor a realidade; todo mundo compra opção para tentar vender mais caro para um idiota maior, intento nem sempre alcançado.

Quando muito pode-se admitir que opção é um contrato de compra em que se dá uma pequena entrada -premio- e que só termina em compra mesmo se o comprador confirmá-la em 30 dias. Ninguém confirma. É ou não é? ninguém complementa a compra, ninguém exerce, usam-na só para especular.

Então porque ficar enganando a garotada que chega no mercado, dizendo-lhes que opção é isso, é aquilo, é uma maravilha, deixa rico em 3 tempos, etc e tal e coisa e loisa?

Gente, tutores expontâneos, vamos ler leais, vamos abrir o jogo, vamos falar a verdade, mostrar desde logo pr´eles que opção é o cemitério dos calouros, que não há pior opção que opção.

Ação, essa é a porta de entrada na Bovespa. Opção é a porta de saída, uma mão na frente, outra atrás.

Opção é feita para jogo, porisso a Bovespa alugou uma parte do pregão para que lá se estendesse o pano-verde da roleta mensal. Logo, logo, o cassinão fará concorrencia direta, e desleal, claro, com a CEF, que começou com a Loteria Esportiva e hoje tem tanta loteria que o governo já pensa em medida provisória criando o mês de 33 dias porque tá faltando dia para sorteios.

Começaram com opções de 2 meses, mas as corretoras querem mais, sempre mais corretagens e impuseram, mostrando força de macaco ou de gorila, nunca de mico-sardinha, impuseram o vencimento mensal e já falam em quinzenal, já que a parafernália da informática exige cada vez mais velocidade nas apostas e nas bancarrotas.

Conceitualmente derivativo é instrumento para defesa de riscos de longo prazo, comparando-se, por exemplo ainda que mal, com o seguro de carro. Ninguém faz seguro de carro com validade de uma semana, né não! Então não se pode falar em seguro, hedge, mais elegante e com mais credibilidade quanto dito assim, quando se opera opção com prazo de 30 dias.

Desvirtuamento total, puro jogo impuro, na mais pura acepção do termo, embora opção. Termo é outro tipo de operação.

Sabiam que existe o termo flexível, muito melhor que o convencional pois permite vender-se o papel termado e continuar com o crédito à disposição para uma nova compra. Isso está fora da pauta, seo mico enrolado, ô meu, vê se para de escrever porque a turma não tem tempo nem saco para ler tudo isso não e mesmo que leia todo mundo já sabe que o cassinão é assim mesmo e vai continuar jogando, larga a mão de ser otário e de ficar como papagaio pregando no deserto de najas.

Vou parar por causa de que fiquei bronqueado com essa broca que levei, mas ainda tenho mais coisa para escrever nessa historia da verdadeira história das opções do cassinão111%.

até de repente, magoei...

Um comentário:

DrFox disse...

Mico,

Parabéns. Educativo e hilário!

O LF que se cuide!

Bom final de semana!

[]s