Com base em matéria do Jornal Valor, podemos perceber como andam as aplicações dos investidores, por classe social, sexo e nível de escolaridade. Uma vez que a grande maioria ainda não tem uma cultura de diversificar seus investimentos, com a queda nos juros, as pessoas menos qualificadas começam a procurar alternativas mais rentáveis. A poupança ainda é a referência para muitos. Destes, que têm pouco acesso às informações de mercado, pouca diferença há entre a caderneta e os Fundos de RF (considerando as altas taxas de administração cobradas para pequenas quantias). Mas levados pela sensação de perda nominal em seus rendimentos, e dotados de uma maior consciência crítica quanto à não dependerem exclusivamente da previdência pública, os planos de aposentadoria complementar têm recebido aportes maciços de capital. Como uma melhor educação financeira faz falta na hora de planejar e programar o futuro...
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A caderneta de poupança continua dominando as preferências das classes C e D. Já a migração para a previdência privada vem acontecendo nas classes A (39%) e B (21%), principalmente entre o público feminino.
A definição das classes sociais, no entanto, ainda é um pouco distorcida: consideram classe A as famílias com renda acima de R$ 9 mil; B, com renda familiar entre R$ 5 mil e R$ 9 mil; classe C, de R$ 2 mil a R$ 5 mil; e D, as famílias com renda de até R$ 2 mil. Até parece que não existem os AAA(bonados) e os DDD(sesperados).
A aplicação em fundos de investimento também vem crescendo e é a segunda mais procurada pelos investidores. Em 2005, 27% tinham dinheiro em fundos. Agora, o percentual subiu para 31% e está concentrado também nas classes mais altas - 55% dos investidores da classe A utilizam os fundos de investimento como meio de poupança e 38% na classe B.
Os imóveis aparecem na terceira colocação, com 23% das preferências. Neste caso, foi levado em conta somente quem já tinha um imóvel residencial e comprou outro como forma de investimento. Mais uma vez, a classe A ficou na liderança, com 48%.
Embora a procura pelo mercado acionário esteja crescendo, o percentual de pessoas que aplicam em ações se manteve nos 3%. Existe mais interesse e até a intenção de investir em bolsa, mas as pessoas dizem não terem informações suficientes para investir em ações e, quando têm, não são claras. Dos que aplicam em bolsa, a maioria é homem (71%), da classe A, com idade acima de 40 anos. Somente 2% dos pertencentes à classe B investem em ações.
O passado de anos e anos de inflação alta ainda está presente na cabeça de boa parte dos investidores. Do total, 59% consideram seguro investir no Brasil, mas outros 41% não confiam ou confiam com ressalvas. Quando separados por sexo, o que se vê é que as mulheres acreditam mais nos investimentos brasileiros, com 65%. Já no caso dos homens, 53% disseram confiar totalmente.
Os investidores ainda têm no gerente a maior fonte de informação, dados mostram que 58% dos aplicadores buscam no banco recomendação de investimentos. Jornais e revistas aparecem em seguida, com 43%. Uma visita às agências dos bancos, no entanto, mostra que toda essa confiança do investidor deveria ser mais restrita. No dia 30 de janeiro, o Valor publicou uma reportagem na qual mostra que ainda é grande o despreparo dos gerentes na hora de orientar os clientes (leia a matéria nos comentários abaixo).
Mesmo assim, o aplicador deve fazer seu dever de casa, ou seja, procurar ele próprio informações sobre investimentos financeiros, antes de decidir onde colocar seus recursos.
Nada como o estudo, a busca e o interesse em ampliar os conhecimentos!!!
