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23.8.07

Governança Corporativa

Nestes novos tempos (já estamos no sec XXI) o conceito de governança corporativa tem sido muito explorado na busca por uma maior transparência na relação entre empresas-investidores, embora para muitos, o real sentido deste modelo de gestão ainda não esteja totalmente claro.

Segundo o Prof. Marco Bechara da COPPE/UFRJ, "Governança" é uma filosofia de gestão (Privada, Pública – Governamental - Social), onde o processo decisório é compartilhado, de forma a atender os reais interesses (Acionistas – Cidadãos – Comunidades), tornando eficiente, participativo e transparente as decisões administrativas, ao mesmo tempo que legitima o valor social do consenso, tornando-se eficaz e produzindo efetividade, com ética e responsabilidade.

A boa Governança Corporativa proporciona aos Proprietários (acionistas, cotistas) a gestão estratégica de sua organização e a efetiva monitoração da Direção executiva (dirigentes).

Em matéria publicada pelo jornal Valor é apresentado um resumo de dados, do mais completo estudo sobre Governança Corporativa no Brasil:

:: Até 15 de Junho de 2007, são 121 companhias com alguma Governança;

:: O valor das empresas que seguem esse caminho é o dobro das que desprezam o conceito;

:: “Governança é distribuir riqueza”;

:: As empresas com melhor desempenho em Governança foram:
1. Petróleo e Gás; 2. Energia Elétrica; 3. Papel e celulose;

:: As empresas com pior desempenho em Governança foram:
1. Telecomunicações; 2. Alimentos e bebidas; 3. Máquinas e equipamentos;

:: “Não há nenhuma empresa na mostra, com papéis lá fora, que seja classificada como ruim de governança";

:: “o estudo mostra que as empresas com papéis no exterior e melhor governança, tem um valor 1,68 vezes seu valor contábil. Já as não listadas e ruins de governança valem 0,80 vezes o patrimônio contábil";

:: "o maior impacto no valor da empresa entre os itens de Governança foi o direito ao acionista. Quem deu mais direito ao minoritário tem preço maior e maior qualidade na contabilidade";

:: “Governança e boa contabilidade andam de mãos dadas."

Essa realidade AINDA é incipiente, frente ao número de CNPJ que temos no Brasil (mais de 5 milhões). O número de Organizações Brasileiras que adotam, efetivamente, a GOVERNANÇA, hoje, é bem menor que 1%.

Por isso, ao procurar ativos em bolsa para compor uma carteira de investimentos em Renda Variável, é sempre recomendável observarmos todos estes aspectos antes de decidir por qual empresa devemos entrar de sócios.

Na Bovespa foi criado o Novo Mercado (NM) e os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa – Nível 1 e Nível 2 – segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, ao mesmo tempo, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. O IGC – Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada compreende as companhias que aderem tanto ao NM quanto aos Níveis 1 e 2 e reflete o desempenho das ações dessas empresas.

No próprio site da Bovespa está disponível uma relação com todas as companhias listadas no Novo Mercado, e também maiores explicações a respeito das exigências para que elas se enquadrem neste segmento.

4 comentários:

Seagull disse...

Fui dar uma olhada agora nos outros blogs parceiros e, por incrível que pareça, encontrei no Centro do Mercado (um blog que catalisa as diversas publicações de outros) um artigo do CHR que trata do mesmo assunto!!! :-O

http://chrinvestor.com/2007/08/22/governana-corporativa/

É muita coincidência mesmo... embora as abordagens sejam um pouco distintas, eu sempre recomendo tudo que o Christian escreve!

E desta vez, ele ainda saiu na frente!

^v^

Seagull disse...

Vou ter que colar aqui o seu texto:

A governança corporativa é uma forma de gestão para alinhar os interesses entre acionistas/gestores e acionista majoritários/minoritários.

A governança corporativa porpõe um conjunto de valores e práticas que têm sido incorporadas aos modelos de gestão das empresas:



* senso de justiça, eqüidade no tratamento dos acionistas e respeito aos direitos minoritários;
* transparência das informações, especialmente das de alta relevância, que impactam os negócios e que envolvem riscos importantes;
* prestação responsável de contas, fundamentada nas melhores práticas contábeis e de auditoria, e conformidade no cumprimento de normas reguladoras.



As empresas vêem na governança corporativa um alicerce importante. Aspectos como transparência e compromissos dos administradores e controladores dão aos investidores mais garantias contra surpresas.

No entanto, alguns dos fatores importantes para certificar a boa gestão das companhias abertas têm sido deixados de lado pelos acionistas, com implicações que podem significar prejuízos sem medida. Segundo especialistas do mercado, seriam indícios dessa governança capenga a falta de instalação do conselho fiscal pelas companhias ou do comitê de auditoria, que verificam os balanços contábeis das empresas e se a diretoria cumpre as orientações do conselho administrativo.

Em resumo, o conselho fiscal é uma das formas de os acionistas minoritários acompanharem mais de perto a gestão das empresas. Mas devemos convir, que isto está muito longe de se tornar realidade, afinal de contas quem de vocês investidores minoritários participa das assembléias de acionistas das empresas que possuem em carteira ?

O amadurecimento do mercado brasileiro está em andamento, mas já está na hora de nós sardinhas olharmos mais de perto nossos direitos.

www.chrinvestor.com

Seagull disse...

E o mais interessante foi o que me motivou a publicar um texto sobre o assunto...

Ontem, minha esposa chegou em casa dizendo que havia definido o tema de sua tese de mestrado: Governança Corporativa na Gestão das Empresas!

E olha que a área onde ela trabalha foi relacionada entre as com piores níveis de GC!

Ela ainda vai ter muuuito trabalho... rs!

Anônimo disse...

Grande Sea !!!

isso é que é coincidência !!!!!!!!

ehehe

Muito bom o artigo vou colocar uma referência lá no meu.

Grande Abraço
CHRistian