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19.7.07

TAM

Depois dos lamentáveis acontecimentos nos resta prestar solidariedade às vítimas e seus familiares e esperar que este triste episódio seja um motivo suficientemente forte para que as partes adotem as iniciativas necessárias que vinham sendo proteladas.

Mas enfim, a vida continua.

É natural que diante dos infindáveis comentários e do que está sendo mostrado pela televisão, todo mundo esteja criando versões para o fato (embora ainda seja prematura) e imaginando quais seriam os prováveis desdobramentos. Nesse sentido e com profundo respeito às vítimas eu pergunto:

1 - Na hipótese de ficar comprovado que o principal causador desse acidente foi a ocorrência de uma falha no funcionamento do "reverso da turbina" (não sei se este é o nome técnico correto), quais seriam as responsabilidades da TAM, quais estariam cobertas por seguro e em que medida os resultados da TAM poderiam ser impactados?

2 - Na hipótese de ficar comprovado que o principal causado desse acidente foi falha humana, quais seriam as responsabilidades da TAM, quais estariam cobertas por seguro e em que medida os resultados da TAM poderiam ser impactados?

Acho difícil comprovarem que somente as condições da pista pudessem acarretar um acidente de tamanha gravidade. No fundo, no fundo, eu acho que tudo vai acabar em pizza mais uma vez. Lamentavelmente, afinal depois disso tudo, alguma coisa precisa ser feita.

7 comentários:

Seagull disse...

Mick,

Pela minha experiência, acredito que um acidente destas proporções não seja decorrente de apenas 1 fator.

Geralmente é uma sucessão de coisas que geram a quebra dos elos na corrente de segurança.

No caso em questão, embora ainda seja prematuro para chegarmos à uma conclusão definitiva, mas com base nas informações e imagens, sou capaz de pressupor que:

1- a pista principal - apesar de ter sido reformada e tido seu comprimento ampliado para 2 mil metros - ainda continua deficiente no sentido de escoamento de água, o que torna perigosa a operação em dias chuvosos (fora a falta de grooving). Além disto, o pouso na cabeceira 35 sempre foi crítico, pq o procedimento para aproximação é de não-precisão (não há rampa de planeio para auxiliar os pilotos), e na zona de toque (1000') existe um "montinho artilheiro" que é o ponto mais elevado, onde a partir de então ela passa a ser uma "ladeira abaixo". Ao final dela, ainda existe o emborrachamento causado pela quantidade de pousos na pista 17, o que dificulta ainda mais a frenagem.

2- a aeronave deve ter apresentado algum problema nos freios (visto que os reversores só têm eficiencia em altas velocidades - logo após o touchdown ) e o que mais conta são os ground spoilers para causarem resistência ao avanço pela extensão total dos painéis sobre as asas.

3- Deve ter havido erro nos procedimentos de pouso por parte dos pilotos, hesitação na atitude a ser tomada, somados a infeliz decisão de tentarem arremeter quando não tinham mais espaço disponível para tal. Isto fez com que mais combustível fosse levado aos motores, aumentando a energia do impacto.

Enfim, quando tudo for revelado, acredito que o Aeroporto de Congonhas venha a ser reavaliado e sofra alguma restrição ao grande fluxo de aviões - principalmente de grande porte.

Mas não há nada que traga as vidas perdidas de volta! Lamentavelmente!

Seagull disse...

E respondendo às suas perguntas: havendo falha humana ou de equipamento, a responsabilidade da companhia é TOTAL!

E as consequências no CP terão forte impacto no resultado da empresa, seja pelo prejuízo causado (o seguro pode não cobrir tudo), pela perda de credibilidade dos passageiros - a TAM já é (re)reincidente (F100 na decolagem, o caso da porta aberta no ar, pousos em aeroportos trocados, e este acidente agora).

Mas depois... o povo tem memória curta e o marketing é poderoso!

Marcelo disse...

Na época do Monitor ainda eu cheguei a comentar com o Seagull que só voava de TAM em último caso, depois de uma vez em que chovia muito em Salvador, todas as companhias cancelaram as decolagens a TAM resolveu ir em frente assim mesmo. Tive a impressão que era pra evitar o pagamento de hospedagem, já era noite em SSA.

De lá pra cá todo mundo - amigos, parentes, etc. - acha que é uma neurose minha.

Há cerca de dois meses, minha esposa foi de BH para Vitória de Gol e voltou no mesmo dia de TAM. Apesar de leiga, ficou impressionada com a diferença de consevação dos aviões (desde higiene, até a idade das aeronaves, os tremores durante o vôo, etc)

Nos últimos dias, alguns que riam de mim quando eu falava em Transporte Aéreo da Morte passaram a pensar melhor. Mas, como disse o Seagull, o merketing é poderoso...

Seagull disse...

Então, desta vez pegaram pesado!

E, embora de mau-gosto, lembro quando houve aquele caso da porta aberta em pleno voo (com uma comissaria sendo "sugada" para fora do avião), alguns engraçadinhos do humor negro disseram:

"A Varig abre, para os seus passageiros, as portas do Mundo! A TAM abre as portas para o Outro-Mundo!"

Triste, mas não muito longe da verdade!

:-(

Anônimo disse...

Classificação inicial de acidente com avião da Pantanal não obrigava fechamento de Congonhas Plantão | Publicada em 19/07/2007 às 18h47mValor Online SÃO PAULO - O brigadeiro Jorge Kersul, chefe do Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), disse hoje que a suposta derrapagem do avião da Pantanal, ocorrida na pista principal de Congonhas na segunda-feira, foi inicialmente classificada como um incidente aeronáutico. Mais tarde, já depois do acidente com o Airbus da TAM, na terça-feira, a ocorrência foi reclassificada como acidente aeronáutico. Isso explicaria por que o aeroporto não foi fechado na segunda-feira, como foi na terça após o avião da TAM sair da pista, se chocar com um prédio e explodir, matando pelo menos 183 pessoas, conforme noticiado até o momento.
Um incidente é um evento de grau médio numa escala de conseqüências em ocorrências aeronáuticas que tem três níveis. O acidente aeronáutico, explicou Kersul é o mais grave e resulta em sérios danos à aeronave, podendo deixar feridos e vítimas fatais.
Essa reclassificação se deu quando a equipe que se deslocava para Congonhas para fazer a avaliação do avião da TAM vinha de Brasília, disse. Ela foi determinada porque após a limpeza da aeronave da Pantanal foram detectados sérios danos à sua estrutura.
Gostaria com isso, deixar claro o porquê de as atitudes terem sido diferentes para um evento e para outro, afirmou. Esse foi o motivo pelo qual não foi fechada a pista para perícia após o acidente, como ocorreu depois do acidente da TAM, explicou ele para responder a questionamentos levantados ontem por jornalistas e deputados da CPI do Apagão aéreo na Câmara. (José Sérgio Osse | Valor Online)


O asfalto já veio com OMO?????

Só a Airbus dirá!

Pimon

Anônimo disse...

Muito triste a afirmação acima!

Prova de que a Aeronáutica brincou com a raça.

Não, não foi o Lula, ele sai e a Aeronáutica continua!

Pimon

Seagull disse...

É...

existe uma diferença conceitual entre acidente e incidente.

Em um acidente, pode haver vítimas ou não, mas ocorrem danos estruturais.

Uma derrapagem controlada é incidente, mas se a aeronave sair da pista quebrando o trem de pouso, ou qq outra peça, transforma-se em acidente!

^v^