Após a rejeição da proposta de Reorganização Societária da Telemar, vemos três principais possibilidades para a empresa e seus controladores: i) Uso da forte geração de caixa da Telemar para adquirir os minoritários de TMAR5 no médio prazo; ii) Fazer lobby para mudar a lei e permitir a fusão da Brasil Telecom com a Telemar e/ou iii) Procurar por um comprador do controle da Telemar. Não acreditamos em um novo Processo de Reorganização Societária com uma relação diferente de troca de ações, basicamente porque seria rejeitada novamente e os controladores da Telemar não aceitariam uma relação justa de 1:1 (ON:PN).
Não vemos a Telemar comprando os minoritários de TMAR5 no próximo mês, mas apenas no 2S07. Não ficaríamos surpresos de ver alguns trimestres com resultados ruins ou um guidance fraco se a empresa quiser implementar uma estratégia de desvalorizar sua ação primeiro, para recomprá-las mais tarde por um preço menor no 2S07. Portanto, a TMAR5 negocia em nível atrativo, mas ao mesmo tempo é um investimento com alto risco.
A outra possibilidade é fazer lobby para ter um decreto presidencial que permita a fusão entre Telemar e Brasil Telecom. Esta fusão poderia criar um forte conglomerado no setor de telecom, com faturamento de R$38,5 bi e 38,8m de clientes (23m fixos e 15,8m celulares) e beneficiar os acionistas através de sinergias e economias de escala. Esta pode ser uma saída para os fundos de pensão e controladores da Telemar. Após a fusão, que novamente pode implicar em uma relação de troca diferente para ações votantes e preferenciais, veríamos a aquisição da Telemig e Tele Norte Celular (adicionando 4,7m de clientes de telefonia móvel) e num segundo momento uma oferta secundária de ações. Não acreditamos em um decreto presidencial no começo do segundo mandato do presidente Lula e portanto, isto é um evento potencial mais para o meio e final do ano de 2007.
A terceira e última possibilidade é procurar por um comprador do controle da Telemar. Acreditamos que esta possibilidade já foi extensivamente explorada pelos controladores da Telemar e a Reorganização Societária era arriscada, mas a melhor alternativa no passado. No atual momento, sentimos que os acionistas da Telemar (GP, La Fonte e Andrade Gutierrez) continuarão levando em consideração a potencial venda do controle da empresa, mas não vemos nenhum comprador (pelo menos pelo alto preço pedido).
Acreditamos que as ações votantes da Telemar (TNLP3) permanecerão negociando abaixo de R$60/mil ações no curto prazo e voltarão a subir no médio prazo. Em relação a TNLP4 e TNE, acreditamos que elas tiveram desempenho pior que suas comparáveis no setor e que o Ibovespa, e portanto devem melhorar no curto a médio prazo. Na verdade, recomendamos a Compra (Long) de TNE/TNLP4 e Venda a descoberto (Short) de BRP/BRTP4, dado que a relação está em 1,78x, enquanto a média de 12 meses é 2,2x. Vemos a relação voltando para 2,2x em um ou dois meses, representando um ganho potencial de 24%. A Telemar está na frente da Brasil Telecom em termos de estratégia, pois tem 47% do total de clientes no segmento celular, contra 26% da Brasil Telecom. Além disso, a Telemar atualmente oferece produtos integrados (serviço local, Internet e celular) e está a um passo de oferecer “quadruple play”, pois ainda depende de aprovação para efetivar a aquisição da Way Brasil. Portanto, deve negociar com um prêmio em relação a Brasil Telecom e o desempenho superior das ações da BrT nas últimas semanas foi mais relacionado com o Processo de Reorganização Societária da Telemar
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