Plus500

1.7.07

Gol Linhas Aéreas - GOLL4

Em meio ao caos aéreo, ainda na espera pela elucidação das verdadeiras causas do acidente que envolveu sua aeronave, com suspeitas cada vez maiores de irregularidades na transação que culminou com a aquisição da Varig, além do caso do cheque dado a um político de Brasília, a Gol vai buscando o seu reposicionamento.

Agora, como a 3º maior companhia das Americas em valor de mercado, ela pretende alçar vôos mais altos: a falta de infra-estrutura aeroportuária não parece suficiente para deter a decolagem da Gol. São mais 22 novos aviões para serem incorporados à frota ainda este ano. Além das 17 aeronaves adquiridas da Varig, a Gol espera colocar outros nove boeings em operação até dezembro – e aumentar as frequências internacionais. Depois de alcançar o mercado de baixo poder aquisitivo, tendo inclusive implantado um sistema de crediário de passagens aéreas, o grupo vai se voltar para o mercado de luxo. A Varig vai ser como um produto premium, na tentativa de resgatar o melhor serviço de bordo, oferecendo assentos mais espaçosos e confortáveis.

Resta saber de que forma isto será refletido no resultado da empresa, se trará lucro para os seus acionistas, e como irão se comportar as ações na Bovespa e as ADRs nas bolsas americanas.

2 comentários:

Seagull disse...

É Zarautz!

Se tudo correr bem, em alguns anos poderemos ter um sistema mais eficiente.

Potencial o setor tem bastante!

Infelizmente é muito sujeito à outros fatores, como câmbio, preço do óleo, segurança e estrutura aeronáutica...

Ando preocupado com esta série de tentativas de ataques terroristas na Europa e EUA. Quem vivenciou o período dos atentados ao WTC sabe do que o terror é capaz, e como determinados serviços são sensíveis a estes eventos.

Em todo caso, hoje em dia é preciso muita reza antes de entrar em um avião! :-0

Grande abraço ^v^

Anônimo disse...

O ESTADO DE SÃO PAULO
02/07/2007

Gol já é a terceira maior das Américas

Companhia só vale menos que a American Airlines e a Southwest
Alberto Komatsu

A Gol já é a companhia aérea com o terceiro maior valor de mercado das Américas (exceto o Canadá), seguida pela TAM, Lan Chile e United Airlines, praticamente empatadas na quarta colocação. É o que mostra um levantamento da Economática, feito a pedido do Estado, com dados das empresas de capital aberto.

A companhia, entretanto, continua em segundo lugar no ranking nacional, pelo critério de passageiros transportados. Até o último dia 19, o seu valor era calculado em US$ 6 bilhões, ante US$ 4,3 bilhões da líder TAM. No topo da lista de valorização das companhias estão as americanas Southwest (US$ 11,5 bilhões) e American Airlines (US$ 7,3 bilhões).

'A Gol seguiu um modelo de negócios que deu certo. E o crescimento econômico brasileiro melhorou sua eficiência e também o da TAM', diz o presidente da Iata, sigla em inglês da associação internacional de transporte aéreo, o brasileiro Fernando Pinto. Segundo ele, o bom desempenho da economia global levou a associação a revisar recentemente o lucro mundial do setor. Inicialmente, a Iata previa um ganho de US$ 3,8 bilhões para este ano, que saltou para US$ 5,1 bilhões. 'A revisão foi feita pela forte demanda de passageiros. O mercado como um todo cresceu muito, principalmente na China e no extremo oriente', afirma Pinto, também presidente da companhia aérea portuguesa TAP.

O executivo, que foi presidente da Varig de 1996 a 2000, explica que também contribuíram para o aumento da expectativa de lucro a recuperação de empresas americanas que estavam em concordata e a expansão das empresas européias.

O levantamento feito pela Economática mostra que o lucro líquido da Gol - de US$ 300 milhões em12 meses acumulados até março de 2007 - é o quarto maior das Américas. O resultado, que não inclui a compra da Varig pela Gol, negociação divulgada no dia 28 de março, fica atrás dos US$ 531 milhões da Southwest, US$ 431 milhões da Continental e US$ 404 milhões da American. A TAM, por sua vez, teve ganho de US$ 246 milhões no mesmo período.

'Não trabalhamos para definir valor de mercado. Trabalhamos para montar um negócio rentável', diz o vice-presidente de Marketing e Serviços da Gol, Tarcísio Gargioni.

O consultor de aviação da Bain & Co., André Castellini, destaca que a rentabilidade da Gol é a maior entre as empresas do levantamento feito pela Economática. A taxa, de 15,4%, é quase três vezes superior à da americana Southwest (5,7%), uma das pioneiras no conceito de custos e tarifas baixas (low cost, low fare) e um dos modelos da estratégia da Gol.

'As empresas tradicionais valem pouco em relação ao faturamento porque são pouco rentáveis e sofrem a concorrência das companhias de baixo custo', afirma Castellini. A Delta Airlines, por exemplo, tem valor de mercado de US$ 53 milhões e receita operacional de US$ 17,5 bilhões, mas neste caso, lembra Castellini, a empresa ainda sofre o impacto de ter entrado em concordata em setembro de 2005. Em 2000, a Delta valia US$ 6,1 bilhões.

O consultor especializado em aviação Paulo Sampaio atenta para o fato de a TAM ter uma operação maior do que a da Gol - uma das empresas mais jovens do setor, com seis anos apenas -, mas seu valor de mercado ser menor. Isso acontece, diz ele, por que a rentabilidade da Gol é superior à da TAM.

A TAM tem uma rentabilidade de 6,6% no período de 12 meses acumulados em março de 2007. Assim como o desempenho da Gol, a taxa da TAM é maior do que todas as companhias aéreas americanas. 'As companhias americanas demoraram muito para se recuperar do 11 de setembro (de 2001). Muitas entraram no chapter 11 (espécie de regime de concordata nos Estados Unidos) e tiveram de concorrer com as empresas low cost', analisa o coordenador do Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo (Nectar), Alessandro Oliveira.

Castellini, da Bain & Co., ressalta que a valorização do real em relação ao dólar é benéfica para as companhias brasileiras. No entanto, esse benefício se dilui com a alta do preço do petróleo, que reflete no valor do querosene de aviação, responsável por mais de 30% dos custos de uma empresa aérea.