Folheando os jornais deste sábado deparei com uma notícia que traz dados bastante significativos: um dos grandes problemas ainda existentes no Brasil é o tamanho do rombo na Previdência Social. Em agosto do ano passado o déficit era da ordem de R$ 3,2 bilhões. Agora, um ano depois, ele foi reduzido em mais de 20%, fechando o saldo mensal em R$ 2,5 bi. Isto foi atribuído, principalmente, a uma melhor arrecadação nas empresas e ao aumento de empregos formais - com carteira assinada, além do cancelamento de benefícios pagos a pessoas já falecidas e identificadas através do censo previdenciário.
No mês passado, a arrecadação aumentou quase R$ 500 milhões, crescendo 3,8% em relação a julho, e 11,2% em relação a agosto de 2006. O total arrecadado em agosto foi de R$11,68 bilhões, número também considerado recorde. Porém, as despesas também cresceram 3,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, fechando em R$ 14,27 bilhões.
Parece muita coisa, mas levando em conta a magnitude dos gastos públicos, que incluem os custos para tocar a máquina do governo, a folha de pagamento dos servidores federais, os salários e benefícios indiretos dos congressistas, a explicação para o superavit primário registrado nos últimos anos é função de um melhor controle fiscal em cima dos inúmeros impostos cobrados dos contribuintes PF e PJ (e um maior combate à sonegação) fazendo a nossa acharcante carga tributária compensar a ineficiência administrativa, que destina poucos recursos para investimentos em infraestrutura - e limita o crescimento.
Este poderia ser mais um atalho para chegarmos logo ao "Investment Grade".
Mesmo com o dolar depreciado, a nossa balança comercial continua favorável - pelas restrições às importações - mas não há alternativas no orçamento para que o Governo possa abrir mão da CPMF. Custear despesas à base de impostos não é a melhor forma de um país crescer e, com o tamanho da nossa dívida interna, uma pausa no corte dos juros, neste momento, será um peso a mais na emissão e rolagem dos títulos públicos. Mais moedas fabricadas e dinheiro em circulação podem levar a um recrudescimento da inflação. E a ciranda financeira gera menor produtividade para atingir um aumento do PIB na casa dos 5%. As "filiais" também têm seus problemas... difícil é achar as soluções!
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