Em votação secreta, o plenário do Senado Federal absolveu, por 40 votos a 35, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da acusação de quebra de decoro parlamentar por usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.
A especulação agora é se Renan renunciará à presidência do Senado, uma vez que ainda responde a outros dois processos de quebra de decoro parlamentar que tramitam no Conselho de Ética da Casa. Além delas, o PSOL protocolou em 31 de agosto uma quarta denúncia contra o senador, que trata do suposto desvio de dinheiro público junto a ministérios administrados pelo PMDB.
Como esperado, o placar foi apertado e, até o final da votação, o futuro do presidente do Senado era incerto.
A sessão foi presidida pelo vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), e teve início por volta do meio-dia, após deputados trocarem agressões com seguranças da Casa. Uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu que 13 deputados acompanhassem a sessão, decisão que gerou polêmica e debates acalorados de ambas as partes. O Senado recorreu da decisão, mas por 6 votos a 4, os ministros do Supremo permitiram a permanência dos deputados no plenário.
O Senado tomou uma série de medidas para garantir o sigilo da sessão, como a proibição dos senadores de utilizarem laptops e a recomendação para não fazerem chamadas de seus celulares. As medidas, porém, não impediram que os deputados vazassem informações aos jornalistas durante todo o dia.
Na primeira fase da reunião aconteceu a discussão do projeto, quando cada senador inscrito teve dez minutos para debater o parecer dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), aprovado pelo Conselho de Ética, e que recomendava a cassação de Renan.
O PSOL, que entrou com a representação contra o senador, teve até 30 minutos para fazer a acusação. A presidente nacional do partido, Heloísa Helena (AL), discursou em nome dos colegas de legenda. Em seguida, Renan Calheiros e seu advogado, Eduardo Ferrão, puderam apresentar a defesa, com direito ao mesmo intervalo de tempo.
Encerrada a discussão, Viana colocou o projeto em votação, que foi eletrônica e secreta, como determina a Constituição Federal. Dos 81 votos do plenário, o senador precisaria de 41 (metade mais um) para ser absolvido, o que ocorreu.
Durante a sessão, deputados já traziam informações de que o clima no plenário era de absolvição.
Entenda as denúncias A votação desta quarta-feira apenas considerou uma das quatro denúncias que marcaram os últimos três meses do então presidente do Senado. Em 25 de maio deste ano, a revista Veja revelou que Renan teve despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. O dinheiro bancaria pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha. No Congresso, Renan disse que o lobista era seu amigo, mas negou ter recebido recursos.
Na segunda denúncia, Renan Calheiros é acusado de ter intercedido no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Receita Federal em nome da Schincariol. A ajuda do senador teria sido uma retribuição à cervejaria pela aquisição - por R$ 27 milhões - de uma fábrica de refrigerantes de sua família em Alagoas. A denúncia está no Conselho de Ética e tem como relator o senador petista João Pedro.
Em 4 de agosto, a revista trouxe novas denúncias contra Renan. Desta vez, a suspeita é de que o senador seria sócio oculto de duas emissoras de rádio em Alagoas. Laranjas teriam participado do negócio de R$ 2,5 milhões em nome de Renan. Posteriormente à compra, o filho do presidente do Senado aparece na composição societária de uma das empresas. O negócio foi confirmado pelo ex-aliado do senador, o empresário João Lyra, que apresentou documentos. O processo também já se encontra no Conselho de Ética, mas ainda não tem relator.
A última acusação foi feita por Bruno de Miranda Lins, ex-marido de uma assessora do presidente do Senado, em 31 de agosto. Segundo Lins, o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho (seu ex-sogro) operava esquema de arrecadação para o senador em ministérios comandados pelo PMDB. O banco BMG seria beneficiado com a concessão de crédito consignado. Em troca, a instituição financeira teria pago propina.
Pelo visto cassando o Renan os demais Senadores também poderiam ser colocados na linha de fogo, afinal, é bem provável que a acusação feita contra o Renan não fosse exclusividade dele.
5 comentários:
Nessas horas dá vergonha do Brasil...
O pior foi uns colegas daqui do trabalho terem marcado um happy hour em comemoração à destituição do Renan.
Ficamos todos indigandos. Lastimável...
Vamos para o happy hour do mesmo jeito (não compensa deixar os bons momentos por causa desse povo).
Nada mais me surpreende...
A credibilidade já andava escassa, agora então, vamos ver se o povo ainda reelege os responsáveis por tudo isso!
:-(
do Uol
Em votação secreta, o plenário do Senado Federal absolveu, por 40 votos a 35, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da acusação de quebra de decoro parlamentar por usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento.
A especulação agora é se Renan renunciará à presidência do Senado, uma vez que ainda responde a outros dois processos de quebra de decoro parlamentar que tramitam no Conselho de Ética da Casa. Além delas, o PSOL protocolou em 31 de agosto uma quarta denúncia contra o senador, que trata do suposto desvio de dinheiro público junto a ministérios administrados pelo PMDB.
Como esperado, o placar foi apertado e, até o final da votação, o futuro do presidente do Senado era incerto.
A sessão foi presidida pelo vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), e teve início por volta do meio-dia, após deputados trocarem agressões com seguranças da Casa. Uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu que 13 deputados acompanhassem a sessão, decisão que gerou polêmica e debates acalorados de ambas as partes. O Senado recorreu da decisão, mas por 6 votos a 4, os ministros do Supremo permitiram a permanência dos deputados no plenário.
O Senado tomou uma série de medidas para garantir o sigilo da sessão, como a proibição dos senadores de utilizarem laptops e a recomendação para não fazerem chamadas de seus celulares. As medidas, porém, não impediram que os deputados vazassem informações aos jornalistas durante todo o dia.
Na primeira fase da reunião aconteceu a discussão do projeto, quando cada senador inscrito teve dez minutos para debater o parecer dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), aprovado pelo Conselho de Ética, e que recomendava a cassação de Renan.
O PSOL, que entrou com a representação contra o senador, teve até 30 minutos para fazer a acusação. A presidente nacional do partido, Heloísa Helena (AL), discursou em nome dos colegas de legenda. Em seguida, Renan Calheiros e seu advogado, Eduardo Ferrão, puderam apresentar a defesa, com direito ao mesmo intervalo de tempo.
Encerrada a discussão, Viana colocou o projeto em votação, que foi eletrônica e secreta, como determina a Constituição Federal. Dos 81 votos do plenário, o senador precisaria de 41 (metade mais um) para ser absolvido, o que ocorreu.
Durante a sessão, deputados já traziam informações de que o clima no plenário era de absolvição.
Entenda as denúncias
A votação desta quarta-feira apenas considerou uma das quatro denúncias que marcaram os últimos três meses do então presidente do Senado. Em 25 de maio deste ano, a revista Veja revelou que Renan teve despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior. O dinheiro bancaria pensão e aluguel da jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha. No Congresso, Renan disse que o lobista era seu amigo, mas negou ter recebido recursos.
Na segunda denúncia, Renan Calheiros é acusado de ter intercedido no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Receita Federal em nome da Schincariol. A ajuda do senador teria sido uma retribuição à cervejaria pela aquisição - por R$ 27 milhões - de uma fábrica de refrigerantes de sua família em Alagoas. A denúncia está no Conselho de Ética e tem como relator o senador petista João Pedro.
Em 4 de agosto, a revista trouxe novas denúncias contra Renan. Desta vez, a suspeita é de que o senador seria sócio oculto de duas emissoras de rádio em Alagoas. Laranjas teriam participado do negócio de R$ 2,5 milhões em nome de Renan. Posteriormente à compra, o filho do presidente do Senado aparece na composição societária de uma das empresas. O negócio foi confirmado pelo ex-aliado do senador, o empresário João Lyra, que apresentou documentos. O processo também já se encontra no Conselho de Ética, mas ainda não tem relator.
A última acusação foi feita por Bruno de Miranda Lins, ex-marido de uma assessora do presidente do Senado, em 31 de agosto. Segundo Lins, o empresário Luiz Carlos Garcia Coelho (seu ex-sogro) operava esquema de arrecadação para o senador em ministérios comandados pelo PMDB. O banco BMG seria beneficiado com a concessão de crédito consignado. Em troca, a instituição financeira teria pago propina.
Pelo visto cassando o Renan os demais Senadores também poderiam ser colocados na linha de fogo, afinal, é bem provável que a acusação feita contra o Renan não fosse exclusividade dele.
Questão de sobrevivência.
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